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07/05/23 às 10:12

Goiás - Fóssil humano de quase 12 mil anos é encontrado por pesquisadores em Serranópolis

Esqueleto estava a cerca de dois metros de profundidade, segundo pesquisador. Restos mortais estavam próximos a crânios de mais de um século.

Por Pedro Moura e Marcio Venício

g1 Goiás e TV Anhanguera

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Esqueleto foi encontrado com todas as partes do corpo — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Esqueleto foi encontrado com todas as partes do corpo — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
 
Um fóssil humano de quase 12 mil anos, que pode ser um dos primeiros habitantes do cerrado goiano, foi encontrado por pesquisadores em um sítio de Serranópolis, no sudoeste de Goiás. Segundo um dos coordenadores da pesquisa, Julio Cezar Rubin de Rubin, o esqueleto estava há dois metros de profundidade, próximo a outros objetos históricos, como dez crânios de mais de um século e até carvão.
 
Os primeiros indícios do esqueleto, conforme o professor, foram encontrados em outubro de 2022, mas os restos mortais só foram escavados cinco meses depois, em março deste ano. A escavação, que começou em dezembro de 2021, conta com a participação de mais de 20 profissionais de oito instituições nacionais e internacionais, além do apoio da Polícia Federal (PF).

“Já havíamos encontrado carvão e um artefato lítico perto do pé desse indivíduo. Há uma cronologia de entre 11.900 e 11.700 anos antes do presente. Ele pode ser mais novo, pois pode estar dentro de uma cova, tinha carvão embaixo dele também. Só a continuidade da pesquisa é que vai definir isso”, explicou.

 
Crânios milenares em Serranópolis, Goiás — Foto: Reprodução/Acervo Projeto Serranópolis
Crânios milenares em Serranópolis, Goiás — Foto: Reprodução/Acervo Projeto Serranópolis
 
Mais antigo
 
Caso seja comprovada a idade do fóssil, os restos mortais humanos podem se tornar os mais antigos já encontrados no centro oeste-brasileiro, ficando na mesma faixa de outros objetos descobertos entre as décadas de 1970 e 1990. Porém, para o pesquisador, a data não é o elemento mais importante da descoberta.
 
Ele afirma que a quantidade e a qualidade das informações que o esqueleto pode trazer à comunidade acadêmica é o principal foco da escavação. Entre as informações, conforme Júlio, está a forma como as pessoas viviam na época datada do fóssil, além da alimentação, causa da morte do indivíduo e até questões climáticas da região.
 
“Ainda temos mais um metro para cavar. Um sítio arqueológico é um ponto de interrogação, sempre pode haver descobertas, assim como não pode ter mais nada. Não sabemos o que pode ser encontrado, há uma gama de coisas. Há a possibilidade de encontrar cultura material, restos alimentares, estruturas de fogueiras e até mais esqueletos”, disse.
 
Fóssil estava a dois metros de profundidade — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Fóssil estava a dois metros de profundidade — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
 
 
Tecnologia
 
A tecnologia tem sido uma grande aliada para a escavação, segundo o professor. Julio conta que os pesquisadores utilizam ferramentas de alta tecnologia que nunca haviam sido disponibilizadas para a região antes.
 
Desde 1989 na área da arqueologia, ele afirma que nunca encontrou um esqueleto tão antigo. O geoarqueólogo contou ainda que a região de Serranópolis é rica em história e que tem proporcionado descobertas incríveis durante as escavações. A cidade, inclusive, é palco para pesquisas de campo desde os anos 1970.
 
“A quantidade de informações que trazem esses achados é algo fantástico. São algo para se estudar durante uma década cada. É um arsenal de informação, além do aspecto simbólico. Para um pesquisador encontrar um objeto de estudo é fantástico, desde uma micro-lasca a um esqueleto”, concluiu.

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