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25/07/22 às 15:13

Qual o impacto da tecnologia na educação das crianças atualmente?

Vinícius Souza

Agua Boa News

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Em um mundo hiperconectado, a tecnologia é vista como solução para muitos problemas. Na educação, isso não é diferente. A facilidade do acesso à internet, os sites de busca, as pesquisas acadêmicas… Tudo ficou mais fácil para ser encontrado e compartilhado. Ainda assim, jornais do mundo inteiro, como o Jornal Hoje Livre, têm buscado respostas para entender qual o impacto da tecnologia na educação das crianças.
 
Já se sabe que os jovens da geração Z, nascidos a partir dos anos 2000, terão uma educação completamente diferente de quem nasceu nas décadas anteriores. A possibilidade de crescer com o advento da internet, dos celulares e das possibilidades que a tecnologia oferece, quase 24h por dia, mudaram e ainda vão mudar ainda mais a forma como nos relacionamos com o conhecimento.
 
Ainda assim, a chegada da tecnologia implica também uma série de outras coisas que os pais têm tido dificuldade em controlar, como o tempo nas redes sociais, nos vídeos games e em plataformas que conseguem "hipnotizar" crianças, como Youtube e o Tik Tok. Quem nunca se viu horas e horas perdido entre as dancinhas e os vídeos curtos nas duas plataformas? É natural que as crianças também sejam impactadas por esse fenômeno.
 
Um estudo realizado em 2021 descobriu que os adolescentes passavam 7,7 horas por dia na frente das telas para atividades não relacionadas à escola. Mais de 7 horas de tempo de tela pode parecer excessivo, mas à medida que cada vez mais a vida se move online, ficará ainda mais complicado se desconectar.
 
Amanda Lenhart, pesquisadora que se concentra em como a tecnologia afeta famílias e crianças para o Data & Society Research Institute, disse que os estudos geralmente mostram um leve impacto negativo das mídias sociais no bem-estar das pessoas “Temos essa narrativa sobre isso ser uma coisa negativa, mas não estamos vendo isso nos dados”, disse Lenhart.
 
Lenhart disse que os resultados estão mostrando um modelo chamado suscetibilidade diferencial, o que significa que pessoas diferentes podem ter respostas diferentes à mesma plataforma.
 
Por exemplo, uma criança negra pode ter uma experiência mais negativa em uma plataforma de mídia social do que outras, diante do racismo e da discriminação que geralmente está implícito em boa parte dos conteúdos. Uma plataforma também pode piorar os sentimentos de depressão para alguém que já está deprimido.
 
“Não é que uma plataforma sempre faça as pessoas se sentirem pior ou melhor, mas exacerba seus sentimentos que são advindos de outras situações”, explicou Lenhart.
 
Ainda assim, a comunidade científica tem travado um debate saudável com psicólogos e pedagogos sobre como a internet e as mídias sociais podem impactar a educação e a vida dos jovens.
 
Um estudo da Common Sense Media descobriu que as mídias sociais e outras ferramentas online “provaram ser a tábua de salvação que muitos jovens" durante os dois anos de pandemia, quando as medidas restritivas impediram a circulação de pessoas e o funcionamento das escolas, por exemplo.
 
O estudo pesquisou jovens de 14 a 22 anos nos EUA de setembro a novembro de 2020. Mais de 85% deles foram online em busca de informações de saúde e 69% usaram aplicativos móveis relacionados a problemas de saúde. De 2018 a 2020, mais adolescentes e jovens adultos relataram confiar em plataformas de mídia social para apoio, comunidade e auto expressão, segundo o estudo.
 
“Nós nos preocupamos muito com quanto tempo de tela cada criança está tendo, e não há estudos conclusivos dizendo quanto tempo de tela exatamente é bom ou ruim”, disse Melanie Pinola, jornalista especialista em tecnologia e colaboradora do The New York Times.
 
Ela observou que a Associação Americana de Pediatria mudou suas recomendações sobre o tempo de tela algumas vezes. Com uma nova geração de pessoas que nunca viveram em um mundo sem a presença constante da tecnologia, ainda há muitas incógnitas. “Estamos sempre aprendendo e tentando nos adaptar ao que sabemos. E ao que estamos descobrindo”, finalizou Pinola.

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