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10/07/22 às 16:55

Falta de motoristas deve crescer 40% até o fim de 2022

Nova pesquisa da IRU analisou a escassez de profissionais em 25 países; Falta de motoristas qualificados, condições ruins de trabalho e imagem negativa da profissão estão entre as principais causas

Redação AguaBoaNews

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Falta de motoristas deve crescer 40% até o fim de 2022

Foto: Divulgação

A primeira vista pode até parecer um assunto repetido, mas a crescente falta de motoristas segue sendo um crescente e preocupante desafio para o transporte rodoviário de cargas em todo o mundo na atualidade. Prova disso são os números alarmantes da escassez de profissionais revelados por uma nova pesquisa da International Road Transport Union (IRU).
 
De acordo com o levantamento que ouviu mais de 1.500 transportadores em 25 países nas Américas, Ásia e Europa, a falta de motoristas cresceu em todas as regiões em 2021, exceto na Eurásia. Ainda segundo a pesquisa, a elevação dos salários de motoristas ao longo do último ano, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, não foi suficiente para reverter o cenário desafiador.
 
O principal destaque segue sendo o continente europeu, com um aumento de 42% na falta de profissionais entre 2020 e 2021. Países como a Romênia (71.000 vagas em aberto), Reino Unido (100.000 vagas em aberto), Polônia e Alemanha (80.000 vagas em aberto), lideram o ranking de países no velho continente com maior déficit de profissionais. 
 
Já nas Américas, o México se consagra como o país com maior falta de motoristas, 54.000 vagas em aberto após um crescimento expressivo de 30% ao longo de 2021. Na China, os números são ainda mais impressionantes, após uma alta de 54% no número de oportunidades em aberto durante o último ano, a maior nação asiática registra agora uma falta de 1,8 milhão de motoristas profissionais.
 
A escassez crônica de motoristas comerciais está piorando, com milhões de vagas ainda não preenchidas. Isso está colocando economias e comunidades já estressadas em maior risco de inflação, problemas de mobilidade social e colapso da cadeia de suprimentos”, destaca Umberto de Pretto, secretário-geral da IRU.
 
Para 2022, as previsões da entidade ainda não são nada animadoras, mesmo diante da possibilidade de melhoria no déficit em países como a Argentina e China. Para a IRU, na contramão deste cenário, a falta de motoristas devem continuar crescendo ao longo do ano, cerca de 40% em todo o mundo
 
Mulheres seguem sendo minoria na profissão
 
A nova pesquisa da IRU também mediu a participação das mulheres na profissão. Segundo o novo levantamento, menos de 3% dos motoristas de caminhão eram mulheres em 2021 em todas as regiões, com exceção da China e dos Estados Unidos, países onde 5% e 8% de todos os profissionais do volante, respectivamente, são mulheres.
 
Desinteresse dos mais jovens
 
Segundo a IRU, o também crescente desinteresse dos mais jovens em se tornarem motoristas profissionais está se tornando uma verdadeira bomba-relógio demográfica. Em 2021, os motoristas jovens com menos de 25 anos continuaram sendo minoria, representando cerca de 6 a 7% da população de caminhoneiros, na maioria das regiões analisadas. Por outro lado, há entre duas e cinco vezes mais motoristas com mais de 55 anos em todas as regiões, exceto China e México. Nos Estados Unidos e na Europa, os motoristas mais velhos representam cerca de um terço da força de trabalho. Além disso, a Europa tem a idade média mais alta do motorista, 47 anos.
 
Causas da falta de motoristas
 
Por fim, a mais recente pesquisa da IRU constatou novamente que a falta de motoristas qualificados segue sendo a principal causa do crescente déficit de profissionais em todas as regiões analisadas, exceto na China e na Turquia, que citaram as condições dos motoristas e a imagem da profissão, respectivamente, como as principais causas.  
 
As operadoras de transporte rodoviário estão fazendo sua parte, mas governos e autoridades precisam manter o foco, principalmente para melhorar a infraestrutura de pontos de parada e descanso, capacitar o acesso e incentivar mais mulheres e jovens para a profissão”, conclui o secretário-geral da IRU, Umberto de Pretto.
 
Confira na íntegra a pesquisa da IRU: CLIQUE AQUI

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