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18/05/22 às 19:58

Produção de algodão agroflorestal beneficia comunidade Xavante

Iniciativa é desenvolvida com recurso financeiro do fundo inglês UK Pact junto com pesquisadores da Universidade inglesa Imperial College e Universidade de Brasília (UNB)

Maricelle Lima Vieira | Empaer/MT

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Produção de algodão agroflorestal beneficia comunidade Xavante

Foto: Empaer

O cultivo do algodão agroflorestal em aldeias indígenas Xavantes da região Leste do Estado está florido e tem previsão de colheita para o mês de junho. Desenvolvido por meio do Projeto Agrocotton, entre a Empresa Farfarm e a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistênica e Extensão Rural (Empaer), a iniciativa busca agregar o reflorestamento, renda e qualidade de vida a essas comunidades.

O projeto conta com recurso do fundo inglês UK Pact, junto com pesquisadores da Universidade inglesa Imperial College e Universidade de Brasília (UNB).

Iniciado em setembro do ano passado, os trabalhos estão sendo  desenvolvidos pela equipe da Empaer dos Escritórios Regionais de Barra do Garças, em sete aldeias e comunidades tradicionais. A meta é colher até 200 quilos de algodão agroflorestais por hectare, sendo 20 hectares o total da iniciativa. Toda produção já está vendida ao mercado têxtil de matérias-primas genuinamente ecológicas que apoiam pequenos produtores que geram baixo impacto socioambiental.

Exemplo disso é a Aldeia Nova Aliança, localizada na cidade de Nova Nazaré (MT). A cacique Laurentina Tsinhotse’ewaptã Abho’odi destaca que o projeto trouxe novas perspectivas à comunidade. "Estou muito contente em ver minha aldeia unida e trabalhando junto. Esse projeto chegou em uma boa hora e o dinheiro será muito bem-vindo, além de ajudar nas despesas, o excedente irá para as comunidades vizinhas”.


Foto: Empaer
 
O filho da cacique, Gentil França Tsibro’owe Tseredze, também enalteceu a iniciativa e o acompanhamento da Empaer. “Sem a orientação técnica não estaríamos tão ansiosos para colher o algodão que está todo florido e será um momento de muita alegria para todos nós”.

O técnico da Empaer Rafael Renan dos Santos explica que todo trabalho está sendo desenvolvido também em parcerias com as prefeituras municipais que agregam com ajuda de custeio em combustível, uso de máquinas e ferramentas.  Ele ressalta que os trabalhos foram em áreas degradadas com manejo e adubação do solo, com sementes orgânicas, sendo 170 mudas para cada meio hectare. “Os indígenas receberam treinamento sobre agrofloresta e algodão. Auxiliamos também o plantio de milho, feijão, girassol, melancia e abóbora para subsistência O projeto consiste em um sistema focado na produção de algodão agroflorestal, apoiado por outras espécies secundárias de valor ecológico e econômico”.

Ele explica que na Aldeia Nova Aliança são 35 pessoas entre adultos e crianças de uma mesma família. Depois de colhido e enfardado, o algodão irá seguir para Canarana onde será descaroçado. “Não terá beneficiamento, mas o produto será entregue aos compradores sem o caroço”.

Segundo o técnico, esse trabalho é da Farfarm que é uma empresa brasileira especializada em projetos de gestão e logística  regenerativos. “A empresa já intermediou os contratos de compra e venda das plumas produzidos pelos indígenas e vendidos a empresas de moda”. Rafael conclui que o projeto Agrocotton tem como foco diminuir os impactos ambientais da cadeia do algodão, aumentar a biodiversidade, reflorestar áreas degradadas e gerar segurança alimentar e renda aos Xavantes envolvidos.

Os municípios contemplados no projeto, 12 são do Escritório Regional de Barra do Garças  são eles: Ponte Branca, Ribeirãozinho, Torixoréu, General Carneiro, Barra do Garças, Pontal do Araguaia, Água Boa, Cocalinho, Nova Xavantina, Campinápolis, Gaúcha do Norte, Nova Nazaré, além de  Paranatinga que pertence ao Escritório Regional de Rondonópolis.


Técnico da Empaer, Rafael com a cacique e seu filho Foto Empaer
 

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