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01/05/22 às 10:48

Mês das Mães - Trigêmeas cuiabanas nasceram em família de duas oficiais da PM

Uma das mães é comandante da Força Tática da corporação; as duas amamentaram as filhas

Alecy Alves

Diário de Cuiabá

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Mês das Mães - Trigêmeas cuiabanas nasceram em família de duas oficiais da PM

As tenentes-coronéis Susane Tamanho, 40, e Patrícia Silva Santos, 35, da PM, com as filhas

Foto: Arquivo pessoal

Juntas há 17 anos, as tenentes-coronéis Susane Tamanho, 40, e Patrícia Silva Santos, 35, da Polícia Militar de Mato Grosso, tornaram-se mães em plena pandemia da Covid-19, em julho de 2020.

Para elas, a maternidade não aconteceu como na maioria das famílias, ou seja, com um filho por gravidez.

Foi em dose tripla.

As filhas, Maria Lívia, Maria Sofia e Maria Fernanda, nasceram no dia 17 de julho de 2021, na 32ª semana de gestação.

Todavia, deixaram o hospital em datas diferentes.

As três precisaram ir para UTI neonatal.

O tempo de permanência delas na unidade hospitalar, para o desespero das mães, variou entre 21 e 35 dias.

O peso das três também variou. Maria Fernanda nasceu com 1,860 kg, e as duas irmãs, Maria Sofia e Maria Lívia, com 1,645kg e 1,335kg, respectivamente.

A gravidez trigêmea foi uma grande surpresa para Susane e Patrícia.

 
Arquivo Pessoal
Casal PM 2
A tenente-coronell Susane, na foto com as três filhas, é comandante da Força Tática da PMMT

 
Especialmente porque só descobriram na segunda ultrassonografia.

Já estavam surpresas quando, no primeiro exame de imagem, ouviram o anúncio de que havia dois bebês.

Susane conta que o médico as informou que, dos três embriões implantados. um não havia fecundado.

Assim, teriam dois bebês gerados separadamente.

No ultrassom seguinte, veio a maior surpresa: um embrião havia se dividido e gerado mais um bebê, esses dois univitelinos (na mesma placenta).

“Por causa da minha idade, engravidando aos 37 anos, o médico que ia pôr três embriões porque a possibilidade de fecundar todos era raríssima”, diz.

“A chance seria de 00,01%. E aí aconteceu comigo o que seria quase improvável”, completa, sorrindo.

Susane não teve uma gravidez tranquila.

Viveu os 9 meses da gestação e os três do pós-parto em sobressaltos. Não apenas por causa das crianças.

Durante a gestação, havia o risco de morte de um ou mesmo os dois bebês gerados na mesma placenta.

Isso porque a alimentação poderia chegar mais para uma que para outra filha, explicou-lhe o médico.

Também teve a internação por terem nascido prematuras, além de outras intercorrências comuns aos recém-nascidos, como as cólicas frequentes, nos primeiros três meses.  

No caso da mãe, uma hemorragia puerperal, ou seja, dia após pós-parto.

Susana já estava em casa, mas as filhas permaneciam no hospital.

Ela desmaiou duas vezes, enquanto Patrícia acompanhava as filhas no hospital.

Teve de ser socorrida pelo Samu e removida para uma maternidade, onde passou por dois procedimentos cirúrgicos.

Tudo isso no auge da Covid-19, sob o temor da contaminação pelo coronavírus e suas consequentes mutações.

Contaminação dela, da companheira, que passava muito tempo no hospital com as filhas; das filhas e das pessoas que davam suporte na jornada da maternidade tripla.

Hoje, 1 ano e 9 meses após o nascimento das filhas, Susane e Patrícia celebram a maternidade, vivendo um desafio, que, segundo elas, tem muito mais bônus do que ônus.

“Nossas vidas se dividem entre antes e depois da maternidade”, conta Patrícia.  

Ter ou não filhos, lembra Susane, foi algo que elas pensaram por muitos anos.

Já a decisão foi impulsionada pelo nascimento do sobrinho de Susana, Luiz Fernando.

Um mês depois de conhecer o sobrinho na maternidade, Susane e Patrícia procuraram um especialista em reprodução humana.

Três meses mais tarde, em dezembro de 2019, implantaram os embriões obtidos em um banco de São Paulo.

Patrícia compartilhou a gestação da companheira, fazendo o tratamento de estimulação para o aleitamento materno.

E conseguiu, assim como Susana, amamentar as três filhas.

Também obteve, por meio de recurso administrativo, a concessão da licença maternidade de seis meses, mesmo tempo previsto na lei dos servidores públicos estaduais.

Susane e Patrícia continuam atuando como policiais militares.

Susane, como comandante da Força Tática de Cuiabá, está diretamente nas ruas, no trabalho operacional de enfrentamento à criminalidade.

Já Patrícia desempenha função militar no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.  

Parte da rotina de mães e filhas pode ser acompanhada no perfil no Instagram: astrigemeaseduasmaes.

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