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09/11/21 às 19:21

Bolsonaro tira o pé de Wellington do inferno

Presidente vai para o PL de Valdemar Costa Neto e reforça aquele partido que está enfraquecido em Mato Grosso.

Eduardo Gomes

Diário de Cuiabá

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Bolsonaro tira o pé de Wellington do inferno

Jair Bolsonaro e Wellington Fagundes.

Foto: Reprodução/Diário de Cuiabá

Político conciliador, com visão parlamentar suprapartidária na relação com os prefeitos, o senador Wellington Fagundes, presidente regional do PL, estava com um pé no céu e outro no inferno à espera do momento certo para definir qual caminho seguir em 2022. Uma série de fatores mantinha um dos pés no paraíso, mas questões comuns à luta pelo poder seguravam o outro num ambiente de choro e ranger de dentes. O tempo passando e as figuras mais próximas demonstravam preocupação.

A tensão chegava ao parlamentar, que conseguia disfarça-la. Porém, nesta segunda-feira, 8 de novembro o presidente Jair Bolsonaro empurrou Wellington e ele conseguiu retirar o pé que estava preso no lugar errado. A ajuda aconteceu após o noticiário nacional informar que Bolsonaro alinhavou com o cacique Valdemar Costa Neto sua filiação ao Partido Liberal. Alívio.

No próximo dia 22 Bolsonaro bota o jamegão na ficha liberal. A data é pra reforçar o número da sigla: 22. Fortalecido na cúpula com a capacidade do Mito em transferir votos mato-grossenses, entra em cena o Ueeelton, como diria o personagem seo Luiz em seus programas eleitorais. Mesmo mancando pelo fogaréu que deixou marcas numa das pernas, mas com novo gás, Ueeelton abre os braços para receber os bolsonaristas descontentes com a fusão do PSL com o DEM e para abraçar os poucos companheiros que permanecem ao seu lado.

Bolsonaro no PL surge outro cenário em Mato Grosso. Wellington, que até então segurava uma lupa em busca de caminho, agora não terá mais problemas. Tanto pode tentar a reeleição numa coligação majoritária com o governador democrata Mauro Mendes, que é apontado como franco favorito ao Palácio Paiaguás, ou até mesmo ser companheiro de chapa de Mauro Mendes, desde que o vice-governador Otaviano Pivetta (sem partido) não queria repetir a chapa de 2018 e o PSB do deputado estadual Max Russi não se oponha.

Com Bolsonaro o PL de Mato Grosso ganhará corpo. O campeão de votos para deputado federal Nelson Barbudo (PSL) irá para o partido do Mito de malas e cuias e com o chapelão que é sua marca. Os deputados estaduais Gilberto Cattani, Ulysses Moraes, Elizeu Nascimento e Delegado Claudinei, todos dos PSL, migrarão em bloco atrás do chefe. Wellington, o principal nome do partido, nadará de braçadas eleitoralmente, pois além dos novos liberais o senador terá em seu palanque disputando vaga na Assembleia, seus atuais correligionários Chico 2000, vereador por Cuiabá; Rosana Martinelli, ex-prefeita de Sinop; Sirlei Theis, que foi sua companheira de chapa ao governo em 2018; Cesinha Lara, presidente da Câmara Municipal de Água Boa; Marcelo Aquino, prefeito de General Carneiro, dentre outros.

Eleição ganha-se com votos. Não há sintonia perfeita entre Bolsonaro e Mauro Mendes, mas ambos poderão ceder, juntar forças com um transferindo votação ao outro. Em tese, eleitoralmente seria bom para os dois e caberia a Wellington articular nesse sentido, sem prejuízo da ligação do deputado federal José Medeiros (Podemos) com o Mito. Porém, segundo analistas, a formação de uma aliança José Medeiros-Wellington, com o primeiro ao governo e o outro ao Senado, nasceria morta por serem da mesma cidade, Rondonópolis, o que criaria barreiras regionalistas a ela.

O esvaziado PL, que em legislaturas anteriores teve forte presença na Assembleia Legislativa, não elegeu deputado estadual nem deputado federal em 2018. Em Rondonópolis, a cidade de Wellington, os liberais não conseguem eleger vereador há três legislaturas. Com Bolsonaro, o senador será duramente criticado por opositores do presidente, mas em compensação ganhará eleitores e militantes nas redes sociais, que colocam o Mito acima do bem e do mal. Pra quem estava com um pé no inferno o fato novo costurado por Costa Neto é o melhor do mundo e seja o que Deus e o Mito quiserem, pois o Ueeelton está na área com a mesma disposição com a qual disputou todas as eleições gerais desde 1990 quando conquistou mandato de deputado federal permanecendo na Câmara até eleger-se senador em 2014.

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