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07/10/21 às 20:24 / Atualizada: 07/10/21 às 20:37

Professora da UFPA é reconhecida na categoria Ciências da Vida do Programa 'Para Mulheres na Ciência' 2021

Jéssica Souza / UFPA

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Professora da UFPA é reconhecida na categoria Ciências da Vida do Programa 'Para Mulheres na Ciência' 2021

Foto: Reprodução Premiação

A ecóloga Thaísa Sala Michelan, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), foi reconhecida na categoria Ciências da Vida, do Programa "Para Mulheres na Ciência" (For Women in Science) 2021. A pesquisadora dedica-se ao estudo das plantas aquáticas da Amazônia, em especial aquelas presentes no estado do Pará. Agora ela se prepara para o desafio de percorrer riachos, brejos e lagos do estado para identificar novas espécies e entender como as atividades humanas, como a agricultura e a pecuária, impactam a ocorrência dessas plantas.

O programa é uma iniciativa da Unesco, L'Oréal Brasil e Academia Brasileira de Ciências (ABC). Além da professora da UFPA, outras seis jovens pesquisadoras das áreas de Ciências da Vida, Ciências Físicas, Ciências Químicas e Matemática foram contempladas com uma bolsa auxílio de R$50 mil. O objetivo é transformar o cenário científico brasileiro, contribuindo para o equilíbrio de gêneros na área. 

Para Thaisa Michelan, o reconhecimento foi uma surpresa. “Todas nós, mulheres pesquisadoras deste país, queremos ser reconhecidas pelo nosso trabalho. A categoria Ciências da Vida é a minha área de atuação e onde desenvolvo minhas pesquisas, por isso ganhar este prêmio na área é poder representar e inspirar tantas outras meninas e dizer que, sim, nós podemos e conseguimos fazer pesquisa de qualidade e realizar nossos sonhos”, afirma.

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Segundo a pesquisadora, as plantas aquáticas são fundamentais para o ambiente que ocupam. “São espécies indicadoras da qualidade da água, dão estrutura e abrigo para diferentes espécies aquáticas. Por exemplo, servem de refúgio para insetos aquáticos e de berçário para alevinos (filhotes de peixes), inclusive alguns que usamos na nossa alimentação”, explica. No projeto submetido ao Programa L’Oréal-Unesco-ABC For Women in Science – Brasil, a meta é abordar a distribuição e a conservação das plantas aquáticas, principalmente no estado do Pará.
 
“Essas plantas são organismos que podem ser usados como surrogates para a biodiversidade aquática, em virtude de sua sensibilidade a mudanças ambientais, importância na estruturação do ambiente para outras espécies e são utilizadas pelas comunidades ribeirinhas para alimentação, ornamentação e para o conhecimento tradicional”, continua. Atualmente, existe a necessidade de realizar estudos que sumarizem o conhecimento e que façam avaliações de como mudanças ambientais podem alterar a distribuição das macrófitas aquáticas no estado. 

A premiação irá financiar o projeto, por meio do qual Thaísa pretende desvendar as lacunas existentes para esses organismos, realizando estimativa de distribuição potencial das espécies para suprir essa falha no conhecimento das macrófitas, com foco em espécies de interesse da comunidade. 

Concomitantemente, serão avaliados os efeitos dos múltiplos usos do solo sobre a diversidade dessas plantas no Pará, dando continuidade ao intenso trabalho de formação de recursos humanos que os Laboratórios de Ecologia de Produtores Primários (Ecopro) e de Ecologia e Conservação (Labeco) já desenvolvem na UFPA. “Trazer esse prêmio para a UFPA é muito gratificante. Além de trazer a visibilidade da Universidade e da pesquisa que aqui é realizada, o valor recebido para desenvolver o projeto auxiliará os alunos de graduação, mestrado e doutorado que oriento, possibilitando fomentar as pesquisas e melhorar as estruturas dos laboratórios”, aponta Michelan.

A expectativa é que o programa da L’Oréal incentive a Universidade também na criação de editais e no apoio a meninas dentro da Educação e da Ciência. “Sempre digo que trabalhamos para e pela sociedade, não temos nenhum objetivo diferente do que fazer pesquisa e ensino de qualidade, com resultados que possam ser revertidos para melhorar a qualidade e as condições de vida das pessoas – é isso que me move como cientista e professora. Torço para que esse e que os próximos prêmios de mulheres na Ciência possam servir de inspiração para nossas meninas”, conclui a premiada da UFPA.

Para saber mais sobre o resultado desta edição do Programa For Women in Science, clique aqui

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