Notícias / Agropecuária
23/07/21 às 08:29
Experimento inédito obtém ganho de peso acima da média com novilhas Nelore criadas a pasto em MT
Associação Nelore Mato Grosso, NEPI da UFMT Sinop e Cargill-Nutron avaliaram 180 fêmeas, durante 355 dias; desempenho médio foi de 656 gramas/dia
Foto: Assessoria
Suplementação de qualidade, manejo adequado, bom pasto e boa genética garantiram o alto desempenho de 180 fêmeas avaliadas em um estudo científico realizado pela Associação dos Criadores Nelore Mato Grosso (ACNMT), que se encerrou no início do mês de julho, na fazenda experimento da instituição.
O experimento inédito no estado teve a duração de 355 dias e uma média de ganho de peso de 656 gramas, inclusive no período de maior estiagem, entre julho e outubro de 2020. As novilhas entraram com um peso corporal médio inicial de 212 kg e saíram com 445 kg (dados brutos).
Conforme o presidente da ACNMT, Aldo Rezende Telles, mais do que ganho de peso, o abate técnico comprovou a qualidade da carne, pois as novilhas tiveram um acabamento de carcaça entre 4 e 5 (sendo a máxima 5) e rendimento acima de 53% (carcaça quente).
“Nós conseguimos mostrar por meio de dados científicos que é possível obter novilhas precoces com média de 15,7 arrobas aos 24 meses de idade. Os resultados superaram nossas expectativas”, afirma Telles.
Os números demonstram que os protocolos nutricionais utilizados podem oferecer ao produtor a possibilidade de obter animais mais jovens, prontos para o abate e com alto valor agregado. Neste estudo, que compreende três fases, foram avaliados três protocolos de suplementação.
Para a coordenadora do Núcleo de Estudos em Pecuária Intensiva (NEPI) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Sinop, professora Dra Kamila Andreatta, os dados surpreendem porque com animal a pasto não é fácil manter um ganho de peso médio acima de 600g ao dia durante todo o ano.
“Geralmente existe o efeito “boi sanfona”, em que o animal ganha peso no período águas e perde na seca, portanto, obter protocolos nutricionais com bom ganho de peso ao decorrer do ano todo torna o sistema de produção muito eficiente e proporciona uma alta produção de arroba por hectare/ano”.
O médico veterinário Lorenzo Pacheco, especialista da Cargill-Nutron, explica que as novilhas foram suplementadas diariamente com quantidade específica para faixa de peso, mas, os três protocolos mantiveram suplementação na dieta de até 0,5% do peso corporal durante a vida do animal.
“Esse experimento é importante para trazer para a realidade de Mato Grosso informações seguras e testadas sobre a alimentação dos animais dentro de uma proposta de obter carne de alta qualidade em animais criados a pasto, em um menor espaço de tempo entre recria e engorda”.
Ao final, o experimento deve traçar uma melhor estratégia nutricional para a criação de novilhas para o abate e também provar que esta categoria animal poder ser vantajosa para o pecuarista mato-grossense.
“Queremos contribuir com a melhoria no sistema de criação, potencializar a cadeia produtiva do abate precoce de fêmeas com maior rentabilidade ao criador e, claro, estimular a valorização da raça Nelore”, avalia o diretor executivo da ACNMT, André Zambrim.
Na avaliação do diretor técnico da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, a pecuária exige cada vez mais eficiência, por isso Nelore Mato Grosso vem realizando pesquisas em sua fazenda experimental. “Estamos validando na prática, os quatro principais pilares fundamentais para a máxima rentabilidade: manejo correto, sanidade, nutrição adequada e genética”.
Tese de doutorado – O estudo também vai apresentar nos próximos meses dados comparativos sobre o desempenho das novilhas de acordo com os três tipos de suplementação. Os dados apontarão, por exemplo, se a quantidade e a forma de uso interferem no resultado final ao longo de todo o período, o que vai ajudar a “nortear” os produtores.
A equipe do NEPI/UFMT Sinop contou com três estagiários e um estudante de doutorado, que inclusive moraram na fazenda entre 2020 e 2021. A terceira e última fase contará com análises feitas para o doutorado do zootecnista Felipe Cecconello, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da UFMT.
“Também avaliaremos os parâmetros nutricionais como consumo, digestibilidade, pH e concentração de amônia ruminal, eficiência microbiana e retenção de nitrogênio por meio de coletas de líquido ruminal, ainda sangue, fezes e urina das novilhas que estão alocadas em piquetes individuais”, acrescenta a professora Kamila, que já avaliou como extremamente positiva a experiência.
Para o presidente da ACNMT, Aldo Telles, é importante para a pecuária de Mato Grosso e do Brasil essa difusão das tecnologias focada na sustentabilidade econômica, ambiental e social. “Nós vamos incentivar para que os dados obtidos sejam replicados em todas as propriedades com resultados satisfatórios”.
Abate técnico – Foi liderado pelo professor Dr. Angelo Polizel Neto (iBeef – UFR) no Marfrig de Várzea Grande, no dia 1º de julho, com o intuito de realizar mais análises técnicas-científicas para avaliar a qualidade da carne dos animais, por meio de 28 novas variáveis sobre a influência do protocolo nutricional aplicado, com foco em entregar carne de alta qualidade.
Pecuária – Mato Grosso possui o maior rebanho bovino do país, com aproximadamente 31 milhões de animais, dos quais 80% da raça Nelore ou ‘anelorado’. Com sede no Parque de Exposição Jonas Pinheiro, em Cuiabá, a ACNMT reúne criadores de todo o estado com a proposta de valorização da raça Nelore e da pecuária. Contatos: (65) 99632-7697/ neloremt@neloremt.org.br.
Ver imagens abaixo da pesagem final do experimento com as fêmeas realizado na fazenda experimental da Nelore, em Cuiabá (MT), no dia 30/ 06/2021.
O experimento inédito no estado teve a duração de 355 dias e uma média de ganho de peso de 656 gramas, inclusive no período de maior estiagem, entre julho e outubro de 2020. As novilhas entraram com um peso corporal médio inicial de 212 kg e saíram com 445 kg (dados brutos).
Conforme o presidente da ACNMT, Aldo Rezende Telles, mais do que ganho de peso, o abate técnico comprovou a qualidade da carne, pois as novilhas tiveram um acabamento de carcaça entre 4 e 5 (sendo a máxima 5) e rendimento acima de 53% (carcaça quente).
“Nós conseguimos mostrar por meio de dados científicos que é possível obter novilhas precoces com média de 15,7 arrobas aos 24 meses de idade. Os resultados superaram nossas expectativas”, afirma Telles.
Os números demonstram que os protocolos nutricionais utilizados podem oferecer ao produtor a possibilidade de obter animais mais jovens, prontos para o abate e com alto valor agregado. Neste estudo, que compreende três fases, foram avaliados três protocolos de suplementação.
Para a coordenadora do Núcleo de Estudos em Pecuária Intensiva (NEPI) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Sinop, professora Dra Kamila Andreatta, os dados surpreendem porque com animal a pasto não é fácil manter um ganho de peso médio acima de 600g ao dia durante todo o ano.
“Geralmente existe o efeito “boi sanfona”, em que o animal ganha peso no período águas e perde na seca, portanto, obter protocolos nutricionais com bom ganho de peso ao decorrer do ano todo torna o sistema de produção muito eficiente e proporciona uma alta produção de arroba por hectare/ano”.
O médico veterinário Lorenzo Pacheco, especialista da Cargill-Nutron, explica que as novilhas foram suplementadas diariamente com quantidade específica para faixa de peso, mas, os três protocolos mantiveram suplementação na dieta de até 0,5% do peso corporal durante a vida do animal.
“Esse experimento é importante para trazer para a realidade de Mato Grosso informações seguras e testadas sobre a alimentação dos animais dentro de uma proposta de obter carne de alta qualidade em animais criados a pasto, em um menor espaço de tempo entre recria e engorda”.
Ao final, o experimento deve traçar uma melhor estratégia nutricional para a criação de novilhas para o abate e também provar que esta categoria animal poder ser vantajosa para o pecuarista mato-grossense.
“Queremos contribuir com a melhoria no sistema de criação, potencializar a cadeia produtiva do abate precoce de fêmeas com maior rentabilidade ao criador e, claro, estimular a valorização da raça Nelore”, avalia o diretor executivo da ACNMT, André Zambrim.
Na avaliação do diretor técnico da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, a pecuária exige cada vez mais eficiência, por isso Nelore Mato Grosso vem realizando pesquisas em sua fazenda experimental. “Estamos validando na prática, os quatro principais pilares fundamentais para a máxima rentabilidade: manejo correto, sanidade, nutrição adequada e genética”.
Tese de doutorado – O estudo também vai apresentar nos próximos meses dados comparativos sobre o desempenho das novilhas de acordo com os três tipos de suplementação. Os dados apontarão, por exemplo, se a quantidade e a forma de uso interferem no resultado final ao longo de todo o período, o que vai ajudar a “nortear” os produtores.
A equipe do NEPI/UFMT Sinop contou com três estagiários e um estudante de doutorado, que inclusive moraram na fazenda entre 2020 e 2021. A terceira e última fase contará com análises feitas para o doutorado do zootecnista Felipe Cecconello, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da UFMT.
“Também avaliaremos os parâmetros nutricionais como consumo, digestibilidade, pH e concentração de amônia ruminal, eficiência microbiana e retenção de nitrogênio por meio de coletas de líquido ruminal, ainda sangue, fezes e urina das novilhas que estão alocadas em piquetes individuais”, acrescenta a professora Kamila, que já avaliou como extremamente positiva a experiência.
Para o presidente da ACNMT, Aldo Telles, é importante para a pecuária de Mato Grosso e do Brasil essa difusão das tecnologias focada na sustentabilidade econômica, ambiental e social. “Nós vamos incentivar para que os dados obtidos sejam replicados em todas as propriedades com resultados satisfatórios”.
Abate técnico – Foi liderado pelo professor Dr. Angelo Polizel Neto (iBeef – UFR) no Marfrig de Várzea Grande, no dia 1º de julho, com o intuito de realizar mais análises técnicas-científicas para avaliar a qualidade da carne dos animais, por meio de 28 novas variáveis sobre a influência do protocolo nutricional aplicado, com foco em entregar carne de alta qualidade.
Pecuária – Mato Grosso possui o maior rebanho bovino do país, com aproximadamente 31 milhões de animais, dos quais 80% da raça Nelore ou ‘anelorado’. Com sede no Parque de Exposição Jonas Pinheiro, em Cuiabá, a ACNMT reúne criadores de todo o estado com a proposta de valorização da raça Nelore e da pecuária. Contatos: (65) 99632-7697/ neloremt@neloremt.org.br.
Ver imagens abaixo da pesagem final do experimento com as fêmeas realizado na fazenda experimental da Nelore, em Cuiabá (MT), no dia 30/ 06/2021.
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