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06/01/16 às 17:30

Moradora de Querência dá à luz bebê com microcefalia em Goiânia

Recém-nascida, que tem crânio medindo 29 centímetros, passa bem. Mãe relatou que teve sintomas de zika; Secretaria de Saúde analisa caso.

Moradora de Querência dá à luz bebê com microcefalia em Goiânia

Imagem ilustrativa

Uma menina com microcefalia nasceu em uma maternidade no Setor Bueno, em Goiânia, na manhã desta quarta-feira (6). A mãe da recém-nascida, que mora em Querência (MT), já sabia que ela teria um problema de malformação e, por isso, optou pelo parto na capital goiana. A confirmação de que o crânio da criança mede 29 centímetros ocorreu logo após o nascimento.

De acordo com o médico York Guimarães, a menina pesa pouco mais de 2 quilos. “É um caso de microcefalia importante, pois o perímetro encefálico dela é de 29 centímetros, sendo que o normal é acima de 32, chegando a 38 centímetros. Mas ela está bem, junto da mãe, e mama normalmente”, destacou.
 
A mãe da menina, que não teve a identidade revelada, relatou aos médicos que teve sintomas como febre, dores e manchas no corpo no 2º mês de gestação. Por isso, o caso da recém-nascida está entre os que são analisados por suspeita de ligação com o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

Segundo a diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Flúvia Amorim, ainda não é possível confirmar se há essa relação. “Ainda não podemos fazer essa afirmação, pois é necessária a aplicação de um protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde. Faremos a verificação dos exames realizados e a aplicação de novos testes. Então, esse processo de investigação é longo, mas o caso é considerado suspeito”, destacou.

Flúvia diz que ainda é analisado se os sintomas que ela sentiu durante a gravidez eram de zika. “Ainda estamos apurando todas as informações repassadas e verificando todos os exames feitos por essa mãe durante a gestação. Só depois disso, de todas as análises, poderemos descartar outras possíveis doenças e chegar ao diagnóstico do que causou a microcefalia no bebê”, ressaltou.

Zika vírus
Subiu para três os casos de zika vírus confirmados em Goiás, segundo a superintendente de Vigilância em Epidemiologia da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Magna Carvalho. Se trata de uma mulher grávida, que mora em Goiânia, e de uma criança, de Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do DF, que teve o diagnóstico em Brasília.

O primeiro caso confirmado havia sido de uma gestante, de 22 anos, que também mora em Santo Antônio do Descoberto. Ela deve receber os cuidados do pré-natal na capital.

 
Gestante de 22 anos é a primeira a ter diagnostico de zika vírus confirmado, em Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Gestante de 22 anos foi a primeira a ter diagnostico de zika em Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Sobre o primeiro caso da doença confirmado em Goiânia, a SMS destacou que a paciente tem 33 anos e teve o diagnóstico de zika vírus na terça-feira (5), a partir de um teste de biologia molecular. Ela está no segundo trimestre de gestação, mora na região sul da capital e não fez deslocamentos para outros municípios. Segundo a secretaria, ela apresentou sintomas como febre baixa, coceira, pequenas feridas pelo corpo e dores nas articulações.

A SMS ressaltou que foram tomadas as devidas medidas de controle ao mosquito na região em que ela mora e que a paciente será acompanhada. No total, 22 casos suspeitos de microcefalia com ligação com o zika vírus foram notificados em Goiânia e seguem em investigação, segundo a secretaria.

Microcefalia
A doença é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal, apresentando perímetro igual ou menor a 32 centímetros. Crianças que nascem com essa malformação podem ter complicações no desenvolvimento da fala, motora e até quadros de convulsão.

A microcefalia pode ter causas genéticas, passadas dos pais para a criança, como também por uso de drogas, álcool ou outros produtos tóxicos durante a gestação, além de possíveis infecções que atinjam o bebê durante a gestação.

A Secretaria Estadual de Saúde registrou, até o último dia 18 de dezembro, 28 casos de microcefalia no estado, sendo 18 em Goiânia e os demais nas cidades do interior. Apesar disso, apenas quatro eram investigados por ligação com o zika vírus, conforme os dados do Registro de Eventos em Saúde Pública (Resp). Eles ocorreram em Rio Verde, Pirenópolis, Luziânia e Abadiânia.

 
Mãe de bebê que tem microcefalia duiz que teve sintomas do zika vírus durante a gravidez, em Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Caso de bebê de Rio Verde está entre os que são investigados (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
 
No país, até o último dia 5, segundo informações do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, 3.174 casos suspeitos de microcefalia foram identificados em 684 municípios de 21 unidades da federação e no Distrito Federal.

O ministério informou ainda que das 29 mortes que eram investigadas por decorrência de microcefalia no país, uma foi confirmada e duas, descartadas. O ministério investiga os outros 26 casos de mortes suspeitas de terem sido causadas pela malformação.

Cuidados
O Ministério da Saúde orienta que grávidas ou mulheres que pretendem engravidar tenham “cuidado redobrado” para evitar infecções virais. Mesmo sem casos registrados no estado, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e a Secretaria Estadual de Saúde reforçam as recomendações do MS para gestantes e mulheres que queiram engravidar.

Entre os principais cuidados, estão: manter vacinas atualizadas, não consumir bebida alcoólica ou outras drogas, não usar medicamentos sem orientação médica, evitar contato com pessoas com febre ou infecções, proteger-se de mosquitos usando mangas longas, mantendo portas e janelas fechadas e usando repelentes permitidos para gestantes (à base de Deet).

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