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08/06/21 às 16:52 / Atualizada: 08/06/21 às 16:58

MT Nascentes - III Mostra de Cerâmica do Mato será aberta nesta quinta-feira (10)

Ao todo 23 artistas participam da exposição virtual com peças produzidas especialmente para a ocasião. A mostra foi contemplada no edital MT Nascentes, realizado pela Secel.

Assessoria

AguaBoaNews/Cuiabá

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MT Nascentes - III Mostra de Cerâmica do Mato será aberta nesta quinta-feira (10)

Obras do artista Leandro Oliveira

Foto: Fred Gustavos/Divulgação

Uma ação cultural voltada ao segmento da cerâmica tem movimentado ateliês de artistas em Mato Grosso. Ela é fruto de iniciativas do Coletivo Ceramistas do Mato que tem como objetivo, valorizar a cerâmica artística e fomentar o mercado consumidor de peças que nascem da argila.

Ao todo 23 artistas que moram em Cuiabá, Várzea Grande, Chapada dos Guimarães, Tangará da Serra e Sorriso produziram peças que vão integrar a “III Mostra de Cerâmica do Mato”. A mostra foi contemplada no edital MT Nascentes, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).

A exposição virtual “Pantanal: das águas, das matas, do barro” ficará em cartaz por três meses, a partir de 10 de junho, no site www.ceramistasdomato.com.br. Neste mesmo dia, haverá live de abertura da mostra, às 19h30, no canal da Paratudo Artes, no YouTube.

Cada artista produziu até três peças a serem exibidas na mostra virtual. Eles foram remunerados pelo trabalho e os que têm na produção da cerâmica, sua única fonte de renda, ainda receberam pró-labore.

A proponente Paty Wolff explica que antes de iniciarem a produção, tiveram orientação da curadoria sobre a temática e, após a conclusão das peças, esta mesma curadoria fez a seleção das produções que vão ser exibidas na “vitrine virtual”. Neste caso, decisão de Nice Aretê. Já a produção executiva da mostra é realizada pela professora doutora Ludmila Brandão, que assim como elas, é ceramista e integra o coletivo.

“No Coletivo faço parte de uma comissão criada para movimentá-lo e expandi-lo, objetivos que vêm sendo consolidados desde a primeira edição da Mostra do Coletivo. E agora, com a aprovação pelo edital MT Nascentes, podemos dizer que alcançamos um amadurecimento”, observa Paty.

Ela explica que com a criação do Coletivo, os ateliês individuais foram fortalecidos. “E outros mais nasceram neste processo. Com a proposta de levar a arte produzida nestes espaços para a vitrine virtual, certamente que expandiremos ainda mais nosso trabalho, para além das fronteiras físicas. Assim, a cerâmica mato-grossense ganhará espaço no mundo”.

De Cuiabá, participam Anailde Gomes, Cleide Rodrigues, Irani Laccal Gomes, Jac Barroso, Leandro da Silva Oliveira, Ludmila Brandão, Mariza Mendes Fiorenza, Nice Aretê, Osmar Virgílio, Patty Wolff, Regina Lucia Ortega Calazans, Rhori Pereira, Rosylene Pinto e Tula Kirst. De Várzea Grande, Domiciano Marques dos Santos e Maria Oliveira. Representando Chapada, Lucileika da Silva David; Sorriso, Rosangela Maria de Jesus e Tangará da Serra, as artesãs Maria Sebastiana de Jesus Pinheiro (Dona Fia), Valéria dos Santos Menezes, Maria da Penha Dias, Rosane Fagundes Kraemer e Orlinda Meiato Gonçalves.

O secretário de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), Alberto Machado destaca a efervescência promovida pela mostra. “Projeta a arte mato-grossense em nível mundial, mas principalmente, agita o dia a dia dos artesãos, movimenta os ateliês em várias regiões de nosso Estado”.

Curadoria

A curadora Nice Aretê ficou entusiasmada com a agitação dos ateliês e mobilização dos artesãos mato-grossenses, especialmente, pela temática escolhida, que no seu entendimento, eleva a produção para um patamar sociopolítico.

“Escolhemos o Pantanal como tema, motivados pelos trágicos eventos recentes que ameaçam e se perdurarem, podem macular esse valioso bioma de nosso Estado”, aponta.

Sendo assim, o acervo final, além de representar parte da identidade regional mato-grossense, servirá como instrumento de reflexão, buscando despertar a consciência ambiental.




Nice é precursora do coletivo. A artesã identifica que, com o surgimento do coletivo, a produção regional se diversificou, tanto no tipo de cerâmica quanto de formas, pinturas e acabamentos.

“Registramos um salto nas produções e novas características, novos designs. Mas, ainda assim, essas peças mais contemporâneas coexistem com a cerâmica tradicional, como a originada em São Gonçalo Beira Rio”.

Ampliação e difusão do trabalho dos Ceramistas

Este novo momento da arte mato-grossense em cerâmica é marcado também pela retomada da produção de eventos do Coletivo, em parceria com a Paratudo Artes.

A ceramista, arquiteta e professora aposentada Ludmila Brandão juntamente à historiadora Suzana Guimarães, às comunicadoras Giordanna Santos e Quise Brito, que atuam na área de produção cultural, e o fotógrafo Fred Gustavos integram o coletivo multidisciplinar de consultoria e produção artístico-educacional Paratudo Artes, responsável pela elaboração e produção do Projeto da III Mostra de Cerâmica, do Coletivo dos Ceramistas do Mato.

“A mostra vem atenuar os impactos da pandemia no segmento, pois ela afetou muito a comercialização de peças. Com o coletivo ganhando um site, ultrapassando a barreira física, abrem-se mais possibilidades a artistas de Mato Grosso”, explica Ludmila Brandão.




Fora isso, a mostra remunera os artesãos com R$ 1 mil pelas suas produções e, aos artistas que têm apenas na produção de cerâmica sua fonte de sustento, também foi destinado um pró-labore de R$ 500.

“O site, trazendo um recorte da diversidade artística, representa um espaço de difusão do trabalho que garantirá ainda mais oportunidades de divulgação para o artesão. Afinal, seu portfólio está disponível o tempo todo para visualização de consumidores de arte de todo o globo”, destaca Ludmila.

O artista Osmar Virgílio, por exemplo, foi contemplado com o recurso para produção e ainda, o pró-labore. “Nunca houve algo assim. Os recursos públicos dificilmente alcançam os artesãos. Esse incentivo vai me ajudar muito, não só por valorizar meu trabalho, mas também, porque vou aplicá-lo na compra de mais material e assim, produzir mais peças”.

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