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01/06/21 às 16:32

Exposição homenageia tradicional redeira de Limpo Grande

História de Dona Judith Pereira da Silva é contada em projeto aprovado no edital Mestres da Cultura da Secel. Exposição começa na sexta (04).

Cida Rodrigues | Com informações da Assessoria

AguaBoaNews/Cuiabá

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Exposição homenageia tradicional redeira de Limpo Grande

Foto: Divulgação

Com fios coloridos que transpassa ligeiramente entre os dedos, pouco a pouco, os desenhos vão tomando forma. Há 48 anos, todas as tardes, com a mesma fiação, Dona Judith Pereira da Silva tem a mesma rotina. E agora, aos 61 anos, uma das redeiras mais antigas da comunidade de Limpo Grande, zona rural de Várzea Grande, terá sua trajetória homenageada pelo projeto ‘Dona Judith: a redeira que teceu sua história’.

Contemplado no edital Conexão Mestres da Cultura promovido pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), o projeto entrega ao público  um vídeo, um catálogo impresso em português, inglês e espanhol, e uma exposição apresentando a arte e a história da redeira. Os materiais e peças produzidas pela artesã estarão disponíveis na exposição que será aberta na próxima sexta-feira (04.06) e prossegue até 13 de junho no Pantanal Shopping.

Nascida na comunidade de Limpo Grande, Dona Judith trabalha com o artesanato desde os 13 anos de idade e aprendeu o tear das redes com a mãe, que aprendeu com a avó e, assim, continuamente. 

“O único serviço aqui era esse, então a gente tinha que fazer artesanato mesmo”, conta com simpatia, sorriso sempre aberto e um olhar que ilumina.

A redeira conta ainda que chega a demorar dois meses para confeccionar uma rede e que parte de sua renda é utilizada para comprar novos materiais e dar continuidade ao trabalho. Tendo o artesanato como única fonte de renda, Dona Judith criou os seis filhos com o dinheiro que ganhou vendendo redes, xales e echarpes. 

Na época em que aprendeu a tecer com a mãe e as avós, a região ainda não contava com casas de aviamentos para comprar as linhas. Era a mãe de Judith que plantava o próprio algodão para fazer as redes. 

“Mamãe tinha um fuso e fiava o algodão para fazer rede para a gente dormir, com a linha que ela mesma fazia”, relembra.

Para o titular da Secel, a homenagem que dá à redeira o tributo de mestre da cultura mato-grossense cumpre a concepção do edital realizado com recursos da Lei Aldir Blanc.

“Dona Judith tem grande importância para a comunidade em que atua e para a cultura do estado. Por isso, é gratificante ver que nosso edital está ajudando a reconhecer os seus saberes e a preservar a arte de produzir as belas redes feitas em tear”, evidencia o secretário.

A exposição

De 04 a 13 de junho, a exposição reúne, no Pantanal Shopping, peças produzidas por Dona Judith. Os primeiros 200 visitantes receberão o catálogo com histórias e fotos dos produtos da redeira. 

Os materiais expostos também poderão ser encomendados.

A exposição seguirá o horário de funcionamento do shopping, das 10h às 22h, e manterá todas as medidas de protocolo para prevenção à covid-19.

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