Promotores não somente de vocabulário e desenvolvimento cognitivo, mas também de competências sociais e humanas, os livros têm um papel essencial para o crescimento de uma nação. Apesar do surgimento de novas formas de leitura, como é o caso dos e-books e dos dispositivos criados com esse objetivo, mais de 100 milhões de brasileiros têm o hábito de leitura recorrente e, por isso, novas livrarias e bibliotecas são inauguradas todos os anos. No entanto, recentemente vimos o lançamento de uma iniciativa inédita no país, a BibliÓca — a primeira biblioteca indígena em Mato Grosso.
O Brasil sempre investiu na literatura e prova disso são os grandes autores nacionais, como Machado de Assis, Cecília Meireles ou, mais recentemente, Ana Maria Gonçalves. Sendo a leitura parte integrante da cultura brasileira, o hábito de ler tem reforçado a sua importância ao longo dos anos.
De acordo com a quarta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, concebida pelo Instituto Pró-Livro, cada habitante lê em média cerca de 5 livros por ano. Segundo a mesma pesquisa, a leitura tende a diminuir com a idade e, do ponto de vista geográfico, houve um destaque para a zona Norte do país com o maior número de leitores, sendo seguida pelo Sul, Sudeste e Nordeste, respectivamente. Por sua vez, no que diz respeito ao gênero, foi divulgado que as mulheres lêem mais que os homens.
No entanto, o conceito de livro tradicional tem sido adaptado à nova realidade tecnológica e, por isso, as obras totalmente digitais têm conquistado o seu espaço no campo literário, atraindo o interesse de diversos leitores. Segundo um estudo desenvolvido pela empresa Nielsen, o mercado das obras e editores digitais cresceu cerca de 115% entre 2016 e 2019, números que apontam uma receita de R$ 103 milhões apenas no ano que passou.
Por conta disso, atualmente você pode encontrar a maioria dos livros tanto em papel como no digital. Existem opções para todos os gostos, desde clássicos como “O Alquimista”, uma obra de Paulo Coelho de 1988, que aborda a trajetória de um pastor nas Pirâmides do Egito, até “Slot machines: A Pictorial History of the First 100 Years”, um livro escrito por Marshall Fey que tem como foco a história do clássico jogo das slots machines, desde a sua origem até aos dias de hoje, quando foram lançadas inúmeras opções de slots gratuitas totalmente digitais, nos mais diversos temas e até em 3D ou vídeo.
Assim, com o advento da leitura e a sua crescente democratização, várias bibliotecas têm sido criadas em todo o país e Mato Grosso não foi exceção com a fundação de um espaço de leitura especial.
Foto: Davison Rafael | Secel-MT
A BibliÓca, inaugurada no dia 19 de dezembro junto da comunidade de Rikbaktsa, em Juína, tem-se destacado nacionalmente pela sua missão que passa não só por preservar o legado das comunidades indígenas, como também por divulgar e captar a atenção de outras etnias para a sua riqueza e importância cultural. Com financiamento da Rede de Pontos de Cultura da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) para a sua construção, este espaço foi construído pela comunidade Rikbaktsa e por alguns estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Além de possuir livros sobre os povos indígenas do país, a biblioteca também conta com obras e pesquisas traduzidas, assim como com dicionários do idioma Rikbaktsa. O acesso a este espaço é completamente gratuito e, além de ser um local essencial para a preservação da cultura indígena e para os amantes de livros, estima-se que possa vir a ser um importante ponto turístico e cultural da região.
Como pode ver, a leitura tem conquistado os brasileiros e, além das suas vantagens cognitivas e sociais, chega a apresentar resultados satisfatórios a nível da aprendizagem e evolução do sistema educativo. Com funções cruciais para a divulgação de variadas narrativas culturais, a criação da BibliÓca foi reconhecida como um marco para a região de Mato Grosso.