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15/12/20 às 11:08 / Atualizada: 15/12/20 às 11:17

Uma AMM de prefeitos para prefeitos

Eduardo Gomes editor

Boamidia

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Uma AMM de prefeitos para prefeitos

Foto: Divulgação Agência AMM

Com tradição governista, Mato Grosso não deverá se pronunciar neste 15 de dezembro, dia em que a estrutura funcional da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) começará a se desmoronar. Mas, tão logo a mesma se transforme num monturo de pedras sobre pedras, Imprensa, ditos formadores de opinião e redes sociais ocuparão todos os espaços imagináveis e inimagináveis saudando os novos donos do poder naquela entidade, que hoje define numa eleição antidemocrática e desrespeitosa com a maioria de seus associados, quem será seu presidente nos próximos três anos.
 
Numa assembleia realizada em novembro do ano passado, sem alarde, na calada da noite, 66 dos 141 prefeitos aprovaram mudanças estatutárias propostas pelo presidente da entidade, Neurilan Fraga – numa delas se antecipou de janeiro de 2021 para este mês de dezembro, a data da eleição para o próximo mandato da diretoria e seus Conselhos, e estendeu de dois para três anos a vigência dos mandatos diretivos. Mais ainda: essa manobra deixou claro que os prefeitos que seriam eleitos em novembro deste ano não teriam direito a voto – 87 foram atingidos com essa exclusão.

Vale observar para reconhecimento histórico, que a prefeita de Nova Santa Helena, Terezinha Carrara (DEM) participou da assembleia e votou contra a manobra que alterou o estatuto.

A manobra do estatuto foi um artifício utilizado por Neurilan, que exerce liderança sobre a maioria dos  prefeitos, principalmente sobre o grupo identificado como Viúvas do Riva. Mantendo esse eleitorado e sem correr o risco de receber um não dos novatos, Neurilan criou um cenário que julga capaz de lhe conferir o quarto mandato consecutivo na AMM, dos quais três sem que seja prefeito.

A realização da eleição, hoje, foi assegurada numa decisão da desembargadora do Tribunal de Justiça, Helena Maria Bezerra, que reconheceu a legitimidade da assembleia da AMM para definir seu estatuto, e suspendeu uma liminar concedida pelo juiz Onivaldo Budny, da Primeira Vara da Fazenda Pública de Cuiabá, que proibia a realização do pleito atendendo reclamação do prefeito eleito de Campo Verde, Alexandre Lopes (PDT).

Neurilan começa a se fundir e se confundir com a AMM e não esperava que algum prefeito se lançasse na disputa, o que aconteceu com Mauro Rosa, o Maurão (PSD), de Água Boa, que conta os dias para transmitir a prefeitura ao eleito Mariano Kolankiewicz (MDB). Criou-se um cenário eleitoral do ontem contra o ocaso e vice-versa, o que afasta a entidade de seu principal fundamento: representar os municípios por meio de seus prefeitos.

Independentemente de quem vença a eleição, se Neurilan com a Viúvas do Riva, ou Maurão com as bênçãos do governador democrata Mauro Mendes e do deputado estadual Nininho (PSD), o grande perdedor é a base territorial mato-grossense formada pelos 141 municípios.
 
Decisão judicial pode ser discutida, mas tem que ser cumprida. Cumpra-se o que determinou a magistrada.
Aparentemente, na esfera forense, o assunto foi pacificado. Resta a reação dos 87 prefeitos atingidos.

Aos prefeitos desconvidados, mas que contribuem para a manutenção da AMM não resta alternativa senão desligarem seus municípios daquela entidade coronelesca – isso é o que se espera do prefeito e da prefeita que tenha brio. Permanecer associado é oferecer o outro lado da face para o tapa, é manter um ex-prefeito na presidência recebendo salário nababesco, é avalizar o continuísmo do empreguismo de parentes de prefeitos.

Com o silêncio submisso ou a palavra em defesa de uma AMM de prefeitos para prefeitos, Kalil Baracat, em Várzea Grande; Barga Rosa (Guiratinga), Roberto Dorner (Sinop), Chico Gamba (Alta Floresta), Vander Masson (Tangará da Serra), Eduardo Português (São Pedro da Cipa), Mariano Kolankiewicz (Água Boa), Nelson Orlato (Pedra Preta), Eliene Liberato (Cáceres), Alexandre Lopes (Campo Verde), Andreia Wagner (Jaciara), Osmar Froner (Chapada dos Guimarães), André Bringsken (Vila Bela da Santíssima Trindade), Orlei Grasseli (Ipiranga do Norte), João Bang (Nova Xavantina), Meraldo de Sá (Acorizal), Adilson Gonçalves (Barra do Garças), Leandro Félix (Nova Mutum), Gheysa Borgato (Glória D’Oeste), Celso Padovani (Marcelândia), Manoel Loureiro Neto (Diamantino), Fernando Zafonato (Matupá), Francisco Gonçalves (Araguainha), Clenei Parreira (Ponte Branca), Divino Henrique (Barra do Bugres), Sandro José Luz (São José do Xingu), Luís Fernando (Santo Afonso), Professor Mauto (Salto do Céu), Maninho (Colíder), Seluir Peixer (Aripuanã), Milton Amorim (Colniza), Carlos Alberto Capeletti (Tapurah), Elson Mará (Serra Nova Dourada), Margareth de Munil (Barão de Melgaço), Vanderlei de Abreu (Porto dos Gaúchos), Joraildes Soares (Santa Cruz do Xingu), Júnior da Saúde (São José do Povo), Paulinho Bortolini (Nova Santa Helena), Marilda Sperandio (Alto Taquari), Edmilson Marino (Nova Monte Verde), João Isaack Moreira (Tesouro), Héctor Alvares (Mirassol D’Oeste), Rogério Vilela (Comodoro), Paulo Veronese (Juína),  Fabiano Dalla Valle (Itiquira), Natal de Assis (Planalto da Serra), Francieli Magalhães (Santo Antônio de Leverger) e dezenas de outros.

Que eles gritem. Chegou a hora de desmoronar a estrutura grupal da AMM e que das pedras de seu monturo renasça uma entidade realmente representativa, sem donos, sem caciques e que cumpra o papel para a qual foi criada. Quando isso acontecer até mesmo o silêncio da Imprensa, dos ditos formadores de opinião e das redes sociais será quebrado pelo grito de liberdade que o comodismo governista insiste em manter sufocado.

Fonte:
www.boamidia.com.br

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