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04/12/15 às 23:19

PM detém sete pessoas suspeitas de participar dos ataques em Jataí, GO

Hipótese é que ordem para incendiar ônibus e caminhões partiu do presídio. Atos são retaliação pela transferência de presos da cadeia pública da cidade.

A Polícia Militar prendeu quatro homens e apreendeu três menores, na quarta-feira (3), suspeitos de envolvimento na onda de ataques que terminou com sete ônibus, dois caminhões e um orelhão incendiados em  Jataí, no sudoeste de Goiás. Segundo a polícia, a principal suspeita é que as ordens para os crimes partiram de presos que estão na cadeia da cidade.

Os agentes chegaram até o grupo após um trabalho de investigação e também denúncias anônimas. Cinco deles têm passagem por roubo e tráfico. Com os suspeitos, a polícia apreendeu várias garrafas de coquetel molotov, armas, drogas, além de um carro e uma motocicleta, que seriam usados em novos ataques.

A PM informou que todos os suspeitos confessaram a participação direta ou indireta nos incêndios, iniciados na noite do dia 1º. O grupo também confirmou que a ordem para os ataques saiu de dentro da prisão. A ação seria uma retaliação contra a política de transferência de presos para outros municípios adotada pela direção da cadeia.

“Em entrevista informal com os presos, foram passados três nomes por apelidos de detentos que cumprem pena no regime fechado no presídio de Jataí”, disse o tenente-coronel da PM, Wellington Urzêda.
Ainda segundo o tenente-coronel, após um trabalho de investigação, a polícia conseguiu identificar quais seriam os próximos alvos do grupo. “Monitorando redes sociais, monitorando conversas, os alvos seriam novamente ônibus e agora escolas públicas do município”, disse.
 
Polícia apreendeu coqueteis molotov com grupo suspeito de ataques em Jataí, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Polícia apreendeu coqueteis molotov com grupo suspeito de ataques (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
 
Além dos sete detidos, a polícia já tinha prendido quatro maiores e apreendido um menor na quinta-feira (3). Segundo o delegado regional de Jataí, Marcos Guerine, eles foram detidos por furtar uma residência. Entretanto, a polícia encontrou galões de gasolina no carro que eles usavam, o que chamou a atenção dos agentes.

Mensagens
 Mensagens de áudio e texto ordenando que menores queimaram ônibus, supostamente enviadas por presidiários, começaram a circular em aplicativos de celular. A Polícia Civil já investiga a autoria das conversas.

Na gravação que circula em redes sociais, um homem, que supostamente seria um preso, pergunta: “Cadê os bandidos dessa cidade? Cadê os de menor (sic) apetitosos para pôr fogo nesses ônibus?”.

No áudio, ele ainda convoca seus contatos para realizar os ataques e, assim, evitar que eles sejam transferidos. “Vai deixar nois (sic) nesse sofrimento aqui, família? Ajuda nois (sic) aí. Depois vai chegar aqui [presídio] e vai ser bem recebido, cê tá (sic) ligado?”, diz.

Já na mensagem de texto, uma pessoa escreve que haverá mortes de policiais e criminosos devido às medidas adotadas pelo presídio, entre elas, a transferência de presos. “Não vamos importa (sic) com as consequências, vai morrer polícia, vai morrer bandido, mas o crime não vai parar. Chega de opressão da direção do presídio, só queremos nossos direitos", diz o texto.
 
Mensagem ameaça policiais de morte em onda de ataques em Jataí, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Mensagem ameaça policiais de morte em onda de ataques em Jataí (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
 
A Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) informou que já abriu uma sindicância interna para investigar a origem das mensagens. Em nota, o órgão informou também que as transferências dos presos ocorrem por vários motivos, “sempre com autorização da Justiça”. Por fim, o comunicado diz que a superintendência “não vê motivos para recuar nas condutas disciplinares respaldadas pela lei de execução penal”.

Ataques
A onda de ataque começou na terça-feira (1º). Sete ônibus, dois caminhões e um orelhões foram incendiados.   Além disso, dois homens em uma moto atiraram várias vezes contra um dos portões da cadeia municipal.
De acordo com Marcos Guerine, que coordena a força-tarefa criada para investigar os casos, o objetivo inicial é identificar os autores para, na sequência, descobrir qual a motivação dos ataques.

“Vamos pegar imagens dos postos de combustíveis para tentar identificar os suspeitos e depois definir se foram ataques isolados ou coordenados. Nos últimos tempos, houve uma mudança muito positiva e útil na direção do presídio, agindo com mais rigor dentro da lei. E isso pode ter motivado essa ação”, relatou.
 
Sete ônibus foram incendiados durante onde de ataque em Jataí, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Sete ônibus foram incendiados durante onda de ataque em Jataí (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

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