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14/11/15 às 20:49

Estado Islâmico assume responsabilidade por ataques que mataram 129 em Paris

Ingrid Melander e Marine Pennetier

Reuters

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PARIS (Reuters) - O Estado Islâmico assumiu neste sábado a responsabilidade pelos ataques coordenados de homens com armas de fogo e bombas que mataram 129 pessoas em diversos pontos de Paris, e que o presidente francês, François Hollande, disse que equivaliam a um ato de guerra contra a França.

Segundo o promotor público de Paris François Molins, os ataques que mataram 129 pessoas na noite de sexta-feira parecem ter sido feitos por até três equipes.

"Nós podemos dizer neste estágio das investigações que houve provavelmente três times coordenados de terroristas por trás destes atos de barbárie", afirmou ele em conferência de imprensa.

No pior dos ataques, a promotoria afirmou que homens armados assassinaram a tiros de forma sistemática pelo menos 89 pessoas numa apresentação de rock na casa de shows Bataclan, antes de policiais antiterroristas lançarem um ataque ao prédio. Dezenas de sobreviventes foram resgatados.
 
Cerca de 40 pessoas foram mortas em cinco outros ataques na região de Paris, afirmaram as autoridades, incluindo um aparente duplo atentado suicida a bomba do lado de fora do estádio nacional Stade de France, onde Hollande e o ministro do Exterior alemão assistiam a um jogo amistoso internacional de futebol.

Segundo o promotor, 352 pessoas ficaram feridas, das quais 99 continuam em estado crítico.

Os ataques se deram em um momento em que a França, integrante fundadora da coalizão liderada pelos Estados Unidos que realiza ataques aéreos contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque, estava em estado de alto alerta para ataques terroristas.

Essa foi a pior ação desse tipo na Europa desde os ataques a bomba aos trens de Madri em 2004, quando 191 pessoas morreram.

Hollande afirmou que as ações haviam sido organizadas no exterior pelos "bárbaros" do Estado Islâmico, com ajuda interna. Fontes próximas à investigação disseram que um passaporte sírio foi encontrado perto do corpo de um dos homens-bomba e que um dos atiradores da casa noturna tinha nacionalidade francesa.

"Diante da guerra, um país precisa tomar a ação apropriada", afirmou Hollande depois de uma reunião de emergência com autoridades de segurança. Ele também anunciou três dias de luto nacional.

Durante visita a Viena, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou que "nós estamos testemunhando a um tipo de fascismo moderno e medieval ao mesmo tempo". 

Ao assumir a responsabilidade pela ação, o Estado Islâmico disse que os ataques eram uma resposta à campanha da França contra os seus combatentes.

O grupo também distribuiu um vídeo sem data no qual um militante afirma que a França não viveria de forma pacífica enquanto participasse do bombardeio liderado pelos EUA.

"Enquanto você continuar bombardeando, você não vai viver em paz. Você vai ter medo até de ir ao mercado", disse o militante em árabe, acompanhado de outros combatentes.

Depois de ser retirado do estádio próximo das explosões, Hollande declarou estado nacional de emergência. Controles de fronteiras foram temporariamente impostos, para impedir a fuga de responsáveis.

Eventos esportivos locais foram suspensos, lojas fechadas, a banda U2 cancelou um show, e escolas, universidades e prédios municipais receberam ordens para ficarem fechados neste sábado. Alguns serviços aéreos e de trem deveriam funcionar.

Um passaporte sírio foi encontrado perto do corpo de um dos homens-bomba que se explodiu na sexta-feira perto do estádio.

O detentor do passaporte passou pela Grécia em outubro, disse um ministro grego. Uma fonte da polícia grega disse que o proprietário do passaporte era um homem jovem que chegou à ilha grega de Leros com um grupo de 69 refugiados e que suas impressões digitais foram coletadas pelas autoridades na ilha. A polícia não quis revelar sua identidade.

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