A Audiência Pública que debateu a alergia alimentar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, nesta sexta-feira (20), abriu a discussão sobre a importância da conscientização e dos cuidados com casos de alergia alimentar. O deputado Dr. Eugênio, que é médico anestesiologista e requerente da proposta, falou durante a audiência sobre a importância do debate para a saúde, “A discussão deve ser levada até a população, pois além de muito importante é questão de uma saúde com qualidade”, disse o parlamentar.
Autor também da proposta legislativa nº 842/2019 que institui a obrigatoriedade de alimentação especial para portadores de necessidades nutricionais, o deputado fez uma divulgação maciça nas redes sociais e veículos de imprensa mostrando a importância do debate com toda a sociedade.
De acordo com o PL, a normativa deverá ser desenvolvida em todos os níveis da instrução, desde a educação infantil, ensino fundamental, médio, técnico e universitário existentes no estado. Caberá aos pais ou responsáveis pelo aluno informar por escrito a direção da escola ou, em caso de terceirização da cantina, a pessoa que é responsável pela distribuição ou venda de qualquer alimento junto ao estabelecimento de ensino, de forma a evitar eventual distribuição de algum alimento restrito a este estudante.
Caso não haja a distribuição gratuita de merenda escolar pelo estabelecimento de ensino, havendo tão somente a venda de gêneros alimentícios nas cantinas, caberá ao estabelecimento de ensino providenciar a disponibilização de alimentação especial para tal fim em sua sede. Esse projeto e outros deverão ser discutidos nas próximas audiências.
Além do deputado, especialistas da área palestraram e falaram sobre o assunto. Leda Alves é mãe de filhos alérgicos e contou sua experiência, “A alergia alimentar é muito mais complicada do que pensamos. Ver seu filho sofrendo até descobrir o real motivo não é fácil. Os médicos devem tomar muito cuidado com a realização de vários exames para que a alergia seja constatada corretamente”, explicou Leda.
Agnes Saraiva Bezerra que é advogada na área da saúde e membro consultivo da comissão de saúde da Organização dos Advogados do estado do Ceará e também mãe de alérgico falou da transformação em sua vida com a notícia da alergia de um filho e sobre seu projeto nas redes sociais, “A gente sempre ouve que “ Um filho nos torna melhor!”. A verdade é que um filho nos modifica. Transforma nossa visão de mundo. Nos deixa mais conscientes e preocupados com o que iremos deixar de aprendizado. Até o diagnóstico, eu nunca tinha ouvido falar de APLV - Alergia a Proteína do Leite de Vaca. E na internet era tanto material, mas eu continuava com aquelas dúvidas de Mãe: - APLV mata? APLV tem cura? Quais os direitos de uma criança alérgica? E percebia que eram dúvidas comuns de outras Mães. Então, pensei: “ Que tal fornecer um material de qualidade, mais simples?”. Só que tinha outra coisa que me incomodava... “ Como esse material poderá chegar no interior, não ficar apenas na capital?” Então, há 6 meses surgiu o Diário APLV. Um projeto gratuito nas redes sociais com dicas, dúvidas jurídicas, entrevistas de profissionais, tudo com aquele ar bem de Mãe. O que era pra ser uma fraqueza me tornou forte para querer mudanças, a lutar por um mundo mais inclusivo”.
Ana Carolina Sousa San, médica e especialista titular em alergia e imunologia pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, Lanna Beatrice Tavares Maluf, médica especialista em pediatria e gastropediatria, Cristiane Marques Caldeira, consultora, palestrante e consultora em educação positiva e coach familiar e Aldemir Soares Mangabeira Júnior, presidente do Conselho Regional de Nutrição, também palestraram durante a audiência pública.