Notícias / Meio Ambiente

04/07/15 às 12:21

Cerca de 100 indígenas Kanela do Araguia retomam área tradicional no Mato Grosso

Assessoria de imprensa / CIMI

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Um grupo de 100 indígenas do povo Kanela do Araguaia retomou, no final do mês de junho, uma área que compõe o território tradicional localizado no município de Luciara, Mato Grosso. A ocupação se deu no local onde ficava a pousada Recanto do Lago Bonito, instalada numa fazenda de mesmo nome. A ocupação está dentro do perímetro da terra indígena reivindicada e já patrimônio da União, compondo a Gleba São Pedro.

A ação dos Kanela ocorreu de forma pacífica e devido aos interesses econômicos na região, envolvendo outras quatro fazendas ao redor da retomada, os indígenas temem por represálias. Lideranças acreditam numa possível articulação de fazendeiros para ataques contra o acampamento da ocupação.

“Estão negociando pontos de pesca e identificamos desmatamento provocado por atividade madeireira. Ao redor existem outras quatro fazendas, o que nos faz pensar que podem se unir para tentar expulsar nosso povo”, declara liderança Kanela que não identificamos por motivo de segurança. A retomada fica abaixo do rio Tapirapé, perto da BR 158.

Um fato importante é que a fazenda Lago Bonito tem duas escrituras, em dois cartórios diferentes: um em Barra do Garça e outro em São Félix do Araguaia. Acontece que a área é da união e está dentro da gleba São Pedro. De acordo com os indígenas, a pousada que se encontra dentro da fazenda é do ex-deputado estadual Humberto Bosaipo, acusado pela Justiça de desviar mais de R$ 2 milhões da Assembleia Legislativa do estado.

Um autodeclarado responsável pela fazenda, chamado de Rosalino, tentou jogar a Polícia Civil do município de Luciara para cima dos Kanela. Todavia, conforme informações das lideranças, o delegado afirmou não ter notícias de atos violentos por parte dos indígenas e que, portanto, o caso era de responsabilidade Federal. Não satisfeito, Rosalino teria ido ao município de Confresa denunciar que tinha sido ameaçado pelos indígenas, pedindo intervenção policial.

Os indígenas já reportaram a situação e os objetivos da retomada ao Ministério Público Federal (MPF) e à Fundação Nacional do Índio (Funai).

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