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06/03/19 às 14:53 / Atualizada: 06/03/19 às 15:03

Corumbá e Bolívia - Mau atendimento da migração na fronteira derruba turismo

Serviço de atendimento prejudica mercado promissor

Silvio Andrade, Correio do Estado

AguaBoaNews

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Corumbá e Bolívia - Mau atendimento da migração na fronteira derruba turismo

Fila de turistas no Posto Esdras, da Receita Federal, na fronteira da Bolívia com Corumbá, é comum e atrapalha a entrada

Foto: Divulgação

Puxado pela cotação do dólar, o turismo fronteiriço nunca esteve tão em alta, com aumento do número de visitantes sul-americanos nos principais destinos de Mato Grosso do Sul – Bonito e Pantanal. Contudo, o serviço da migração brasileira peca pela demora no atendimento e prejudica um mercado promissor e estratégico para o desenvolvimento do setor.

O trade turístico considera as longas filas sob sol escaldante e a demora de até 24 horas para liberação do visto de entrada ou saída do Brasil no Posto Esdras, em Corumbá, uns dos embaraços que prejudicam a venda de pacotes turísticos na Bolívia. As principais operadoras do país vizinho estão interessadas na comercialização, porém, reclamam da burocracia brasileira.

O assunto já foi debatido pelo Conselho Estadual de Turismo em sua reunião do ano, da qual participaram o superintendente da Polícia Federal, Cleo Mazzotti, e o delegado da PF em Corumbá, Guilherme Cabral. Segundo a PF, existe uma proposta em andamento para ampliação do posto na fronteira, que terá capacidade de atendimento dobrada.

Discriminação

Apesar da boa disposição dos representantes da PF em identificar as necessidades de melhorias das infraestruturas básicas no Posto Esdras, que possui instalação limitada, a via-crúcis enfrentada pelos bolivianos e outros estrangeiros que buscam entrar legalmente no Brasil passa também pela indiferença e pelo tratamento discriminatório, segundo o trade turístico.

Rota

Para o segmento, o fato de Corumbá ser uma rota do narcotráfico e descaminho de drogas e produtos procedentes da Bolívia não justifica esse procedimento aduaneiro. “Quem pratica crime não está preocupado com visto de entrada ou saída”, afirma Alexandre Costa Marques, dono de uma pousada em Miranda, município situado na rota da passagem dos bolivianos pela BR-262.

Operadores de turismo e autoridades bolivianas vivenciaram esta situação após visitarem Bonito e Campo Grande na primeira semana de fevereiro. Agentes políticos, empresários e secretários de Turismo de Santa Cruz de La Sierra, San Javier, Roboré, San José de Chiquitos e La Paz passaram 26 horas na fronteira para conseguirem o visto de retorno ao seu país.

Identificação

“Como podemos ser o estado mais hospitaleiro do Brasil com esse tratamento aos estrangeiros?”, questiona o hoteleiro Luiz Martins, de Corumbá. “É preciso maior cooperação entre os países fronteiriços e menos burocracia para que esse turismo cresça”, acrescenta ele. “A Bolívia está se tornando rota dos motociclistas, mas é muita exigência de papel”, lamenta
 

O diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Bruno Wendling, informou que o Estado, durante a reunião do conselho estadual, colocou-se à disposição para auxiliar a Polícia Federal na questão da abordagem e identificação dos turistas, no levantamento de dados e no nivelamento de informação com os agentes que atuam na migração.

“Uma das sugestões é para que a PF tenha uma relação prévia de turistas enviada pelos operadores bolivianos que mandam turistas para o Estado, para que haja mais rapidez no atendimento”, adiantou.

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