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01/10/15 às 12:03

Siamesas separadas da BA recebem alta e deixam hospital, em Goiânia

Irmãs devem continuar na capital por mais 15 dias para troca de curativos. Unidas pelo abdômen, elas compartilhavam o fígado e membrana cardíaca.

Murillo Velasco e Fernanda Borges

Do G1 GO

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Siamesas separadas da BA recebem alta e deixam hospital, em Goiânia

Gêmeas, de 4 meses, deixaram o Hospital Materno Infantil, em Goiânia

Foto: Murillo Velasco/G1

As siamesas separadas Maria Clara e Maria Eduarda de Oliveira Santana, de 5 meses, receberam alta do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, na manhã desta quarta-feira (30). Ao deixarem a unidade, os pais das crianças agradeceram a equipe que cuidou das filhas e falaram sobre a emoção de ver as duas se recuperando bem.

“Estou muito feliz, pois, no fundo, eu sabia que ia dar tudo certo”, disse a mãe das meninas, a dona de casa Denise Borges de Oliveira, de 20 anos.

 
 
Já o pai, Caíque Santana, falou sobre a nova rotina com as filhas. “É muito emocionante poder pegar cada uma de uma vez no colo”, disse.

A família mora em Salvador (BA), onde elas nasceram no dia 24 de abril deste ano, unidas pelo abdômen e compartilhando o fígado e uma membrana cardíaca. Em 14 de julho, eles chegaram a Goiânia para tratamento.  A cirurgia de separação foi realizada no último dia 9.

"Elas estão muito bem e fico orgulhoso e satisfeito por mais essa missão cumprida. É algo muito positivo para a medicina de Goiás", afirmou o cirurgião pediátrico Zacharias Calil, que coordenou a equipe de 11 médicos.

Apesar da alta, as crianças devem permanecer na capital por, pelo menos, mais 15 dias para a troca de curativos. Os pais precisam de doações de um leite especial, chamado Infatrini, pois Maria Clara não pode consumir o comum. Quem puder, pode entregar o produto na Casa do Interior de Goiás, que fica na Rua 3, nº 120, Setor Oeste, em Goiânia.
 
Família deve permanecer em Goiânia por mais 15 dias para a troca de curativos (Foto: Murillo Velasco/G1)Família deve permanecer em Goiânia por mais 15 dias para a troca de curativos
(Foto: Murillo Velasco/G1)

 
Separação
A cirurgia de separação de Maria Clara e Maria Eduarda durou cerca de seis horas. Segundo Calil, a parte mais complicada da operação foi a separação do fígado.

“O procedimento foi de alto risco, pois envolve o fígado que é muito espesso e, por isso, o sangramento é maior. Mas usamos um novo equipamento, que é um bisturi harmônico, que queima a frio e não deixa dar tanto sangramento”, esclareceu.

Após o procedimento, a mãe das gêmeas disse que estava feliz com a separação. “Agora é só alegria. Não vejo a hora de poder levar elas para casa. Agradeço muito por ter dado tudo certo”, afirmou.
Referência
O HMI é considerado referências no parto, tratamento e separação de siameses em todo o Brasil. Em 14 anos, foram feitas dez cirurgias de separação. De acordo com Calil, foram 27 casos acompanhados pela equipe do hospital nesse período.

O primeiro procedimento foi realizado nas gêmeas Raniela e Rafaela Rocha Cardoso, de 12 anos, que nasceram unidas pelo abdômen, passaram pela cirurgia e praticamente não ficaram com sequelas: "Nossa história é impressionante”, afirmou Raniela ao G1 em dezembro do ano passado.

Porém, o caso que causou mais comoção foi o dos irmãos Arthur e Heitor Ledo Rocha Brandão. Contrariando as expectativas, eles só foram separados quando tinham 5 anos, em fevereiro deste ano. Três dias depois, Arthur não resistiu e acabou morrendo. Em julho, Heitor voltou com a família para a Bahia, terra natal de seus pais.

Pais posam com as gêmeas após a separação, em Goiânia (Foto: Divulgação/ Mateus André)Pais posram com as gêmeas após a separação, em Goiânia
(Foto: Divulgação/ Mateus André)

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