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10/08/18 às 16:41

Austrália registra aumento de 12% em número de estudantes estrangeiros

Nos últimos cinco anos, país teve uma expansão de 77% nas matrículas de alunos do exterior

Débora Ramos

AguaBoaNews

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Austrália registra aumento de 12% em número de estudantes estrangeiros

Foto: Divulgação

A Austrália segue recebendo um número sem precedentes de estudantes internacionais, que hoje já são mais de um quarto de todas as matrículas nas principais universidades do país. De acordo com Department of Education (DE) australiano -- a pasta nacional do setor de educação --, o volume de estrangeiros nas instituições de ensino superior do país cresceu 12% em 2018.
 
Segundo os dados do DE, as universidades, escolas particulares e cursos de inglês receberam pouco mais de 542 mil estudantes de fora do país no começo deste ano, quando começa o período letivo. O número representa um crescimento de 77% quando comparado com as 305 mil matrículas de pessoas em intercâmbio na Austrália de cinco anos atrás.
 
Os chineses são a maior fatia desses estudantes, correspondendo a 31% do total, seguidos pelos chegados da Índia, do Nepal, da Malásia e do Vietnã. As universidades, porém, estão procurando diversificar seus mercados internacionais, e os últimos dados mostram que houve grande crescimento de alunos do Brasil e da Colômbia.
 
Entre os brasileiros, a popularidade da Austrália se explica, em parte, pelas facilidades burocráticas: além dos destinos tradicionais de língua inglesa apresentarem dificuldades para obtenção do visto de estudante, grande parte deles ainda aplica restrições ao trabalho dos intercambistas no período do estudo. Países como Inglaterra e Estados Unidos, por exemplo, dificilmente permitem que se concilie atividade laboral e estudo.
 
Na Austrália, porém, além dos vistos de trabalho de até 20 horas para os que estão matriculados em cursos com duração de mais de 90 dias, são concedidos “vistos de trabalho pós-estudo” de até dois anos para os que cursam uma pós-graduação. Dessa forma, é possível contar com rendimentos na moeda corrente (dólares australianos) para complementar os gastos necessários para se viver no país durante o período do intercâmbio.
 
A Western Australia, uma das instituições que mais recebem alunos de fora, abriu recentemente seu mercado para o Butão, pequeno país asiático relativamente próximo à Oceania. A escola afirmou que recebeu mil alunos butaneses em 2018. Andrew Norton, diretor do programa de ensino superior do Grattan Institute, em Melbourne, disse em entrevista à rede australiana ABC que algumas instituições australianas estão contabilizando vastos lucros com a chegada dos estudantes estrangeiros.
 
"Como o governo efetivamente limitou o número de estudantes domésticos, os internacionais estão se tornando uma porcentagem crescente de todos os alunos na Austrália", afirmou. "Muito das receitas das universidades estão sendo investidas em novos prédios e em atividades de pesquisa", completou.
 
A maioria dos estudantes estrangeiros que chega ao país oceânico se concentra em um grupo de oito universidades e institutos de tecnologia, o que significa também que eles experimentam a vida cosmopolita das capitais australianas. "Isso está transformando o mercado de aluguel, a natureza dos restaurantes nessas áreas, está mudando a forma como as ruas parecem. Tem um grande efeito em certas partes da Austrália para além dos portões das universidades", disse Norton.
 
O fluxo de dinheiro oriundo do mercado estudantil na Austrália aumentou 22% desde 2016 e hoje rende cerca de AUS$ 32,2 bilhões (R$ 91 bilhões) por ano, segundo a ABC. O ministro da Educação do país, Simon Birmingham, afirmou que o governo está comprometido em manter um regime estável para as regras de entrada no país.
 
"Nós vamos continuar trabalhando para promover o valor de nosso sistema de educação ao resto do mundo", disse ele durante um evento em Sydney no começo de agosto.
 
Para a executiva-chefe da Universities Australia, associação que representa as instituições de ensino superior do país, Belinda Robinson, o crescimento do mercado internacional reflete a qualidade que o sistema oferece. "Nós quase dobramos o número de matrículas na década passada e fizemos com que a educação internacional dentro da Austrália se tornasse o terceiro maior setor de exportação do país", comentou.
 
"Isso apoia comunidades australianas, empregos, economias regionais e nossas relações com o mundo. Esses 500 mil estudantes vão se tornar líderes globais amanhã, retornando às suas casas como embaixadores informais da Austrália e estendendo nosso país ao redor do mundo em negócios, políticas e diplomacia", finalizou.

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