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18/07/18 às 14:53 / Atualizada: 18/07/18 às 14:58

Holambra aumenta exportações, mas mercado interno segue mais aquecido

Cidade dobrou volume de remessas enviadas ao exterior neste ano, mas ainda tem déficit na balança comercial

Débora Ramos

AguaBoaNews

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Holambra aumenta exportações, mas mercado interno segue mais aquecido

Foto: Divulgação

O Observatório da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp) anunciou no final do mês passado que as exportações de flores de Holambra cresceram quase 500% em maio quando comparado com o mês anterior.
 
Foram vendidos US$ 368 mil (R$ 1,3 milhão) durante o período. A notícia, porém, não foi animadora para os produtores da "Cidade das Flores": em maio, o município importou US$ 3,092 milhões (R$ 11,6 milhões) - promovendo um déficit de quase 90%.
 
No primeiro trimestre do ano, Holambra dobrou seu volume de exportações quando comparado ao mesmo período de 2017: de acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, foram vendidos US$ 254,3 mil (R$ 957 mil) no principal produto do município, as flores, para o exterior. Nos três primeiros meses do ano passado, as vendas haviam ficado em US$ 127,2 mil (R$ 479 mil).
 
De acordo com o município, no volume de remessas ainda estão plantas vivas, estacas, enxertos e cogumelos.
 
Os principais compradores de Holambra são a Holanda, maior produtora e revendedora mundial de flores, e os Estados Unidos, que consomem o produtos do Brasil e da Colômbia. No estado de São Paulo, o pequeno município é responsável por fornecer flores para os principais mercados: todas as floriculturas de Sorocaba e região, Campinas e região, além da capital e da área metropolitana.
 
Só a Holanda compra 67% de tudo o que a cidade paulista produz, levando em conta os números do ano passado, quando foram comprados US$ 5,4 milhões (R$ 20,3 milhões). No total, Holambra exportou US$ 8,2 milhões (R$ 30,1 milhões) durante todo 2017. Depois da Holanda, os países que mais compraram foram a Argentina (19% da produção), os Estados Unidos (9,9%), o Paraguai (2,4%) e o Chile (1,2%).
 
Em 2018, curiosamente, o país que tomou a dianteira nos negócios com a cidade foi o Canadá, que comprou 36% de toda a produção holambrense nos primeiros dois meses do ano.
 
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Holambra produz 150 milhões de hastes de flores, o que corresponde a 60% de todas as rosas vendidas no mercado brasileiro, e o número para exportação chega a 1,2 milhões de hastes.
 
Ainda segundo o órgão, o ramo das floriculturas gera mais de 120 mil empregos diretos no Brasil, dos quais 58 mil (48,3%) estão localizados na produção, 4 mil (3,3%) na distribuição, 51 mil (42,5%) no comércio varejista e 7 mil (5,9%) em outras funções, principalmente nos segmentos de apoio.
 
Se ainda enfrenta crises no mercado externo, no consumo interno as coisas vão melhor: em 2017, o consumo teve um crescimento de 15% em algumas regiões, incluindo o próprio estado de São Paulo. Na média nacional, esse aumento foi de 8%.
 
Para Kees Schoenmaker, presidente do Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura), é difícil voltar ao mercado externo, sobretudo porque a cultura de presentear cresce no Brasil a cada ano. "Flor não é um produto de primeira necessidade, mas ela é importante para as famílias, e o mercado interno não para de crescer”, afirmou à Folha de S. Paulo.

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