O ex-deputado José Riva (PSD) deixou o Centro de Custódia de Cuiabá, nesta quinta-feira (2), por volta das 15 horas.
Ele estava preso desde a manhã de ontem (1º), em razão de decisão da juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal da Capital, na "Operação Ventríloquo", deflagrada pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A magistrada assinou o alvará de soltura em favor do ex-deputado por volta das 13h.
Ao deixar a prisão, Riva preferiu não comentar sobre uma possível perseguição por parte da juíza Selma Arruda.
O político afirmou à imprensa que "acredita em Deus" e que está "muito feliz" com sua liberdade.
"Eu acredito na Justiça e, por isso, é importante ir até o último grau de jurisdição. É um absurdo o que aconteceu, mas, por isso, é importante acreditar em Deus, acima de tudo", disse.
Quanto ao teor da denúncia da operação que resultou em sua prisão, Riva apenas afirmou que "o tempo é que vai dizer e a verdade vai aparecer".
Ainda à imprensa, o ex-deputado disse que irá aproveitar sua liberdade para comemorar com sua neta, que está fazendo aniversário de 6 anos.
Revogação da prisão
A prisão do ex-deputado foi revogada no início da noite de quarta-feira (1), pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão atendeu à petição protocolada na tarde de ontem, pela defesa do ex-deputado, representado pelos advogados Valber Melo e Rodrigo Mudrovitsch.
Em sua decisão, o ministro criticou a conduta da juíza Selma Rosane.
Segundo ele, a magistrada estaria "indisposta" a cumprir decisão anterior do STF, que determinou a liberdade do político no último dia 24 de junho.
Operação Ventríloquo
A nova prisão decretada contra José Riva teve como base a Operação Ventríloquo, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual.
O Gaeco acusa o ex-deputado de ter comandado um esquema que teria desviado mais de R$ 10 milhões da Assembleia Legislativa, entre 2013 e 2014.
Na operação também foi preso o ex-secretário de finanças da AL-MT, Luiz Márcio Bastos Pommot.
Também foram feitas buscas e apreensões na Assembleia, na residência de Pommot e 15 pessoas foram convocadas a depor ao Gaeco, incluindo o empresário Cidinho Santos (PR), suplente do senador Blairo Maggi (PR).
O Gaeco destacou que Riva cometeu os crimes mesmo tendo ciência de que estava sendo investigado pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual, na Operação Ararath.