A versão apresentada à Polícia Militar por uma mulher de 20 anos, moradora de Cáceres, de que foi levada para um motel, estuprada, obrigada a cheirar cocaína e mantida em cárcere a noite toda até ser levada para casa no dia seguinte, não passou de uma falsa denúncia de crime. Por este motivo, ela foi indiciada pelo crime de denúncia caluniosa e o homem que foi preso no último sábado (2), foi colocado em liberdade. Exames de corpo de delito confirmaram que não houve estupro.
R. C. S., 42, foi solto após a mulher ser ouvida pela Polícia Civil, entrar em contradição várias vezes e admitir que mentiu sobre o suposto crime registrado no último fim de semana. A informação é da delegada Judá Maali, titular da Delegacia da Mulher de Cáceres, responsável por tomar o depoimento da mulher.
Em depoimento a Central de Flagrantes, ela disse que estava bebendo com uma amiga e no meio da madrugada ao sair do local para um outro bar ela aceitou a carona de Rogério. Ela contou que ele desviou do caminho e foi para um motel, onde a teria violentado.
À Polícia Militar ela relatou que foi ameaçada pelo acusado que estaria em posse de uma arma. Rogério foi encontrado em sua casa e resistiu à prisão entrando em luta corporal com os policiais militares que atenderam a ocorrência. O irmão dele também foi detido por tentar impedir a prisão.
Em entrevista para a imprensa local, a delegada Judá Maali, plantonista no dia da ocorrência, afirmou que estranhou a história contada pela mulher e que no decorrer da investigação a suposta vítima apresentou entrou em contradições.
“Ela apresentou uma história contraditória, detalhes contraditórios. Não foi constatado nenhum vestígio [de estupro] em suas roupas e nem no órgão genital”, afirmou a delegada ao site Cáceres Notícias.
Ela confrontou a denunciante com os resultados de exames e então a mulher revelou que havia inventado a história. À delegada, ela alegou ser homossexual e usuária de drogas. Disse ter ficado com raiva de ter dormido com o homem e por isso resolveu inventar o falso estupro.De acordo com a delegada, a mulher responderá pelo crime de denunciação caluniosa, cuja pena prevista é de 2 a 8 anos de prisão, mais o pagamento de multa.
Por outro lado, Rogério também será indiciado por agressão e desacato aos policiais no momento de sua prisão.
A delegada alerta para a gravidade de realizar uma falsa denúncia ao imputar um crime a uma pessoa em que se sabe ser inocente.
“A pena é alta e cabe prisão. É algo sério que as pessoas devem se conscientizar antes de vir à delegacia e registrar uma ocorrência mentirosa. Ela deve pensar duas vezes, porque nós constatamos que esta história é mentirosa, uma falácia, e imediatamente instauramos um procedimento investigativo para apurar o crime”, pontuou.