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30/05/18 às 20:12

Honda revela planos de produzir motos movidas à eletricidade

Empresa japonesa mira o mercado indiano - o maior do mundo atualmente -, enquanto a Índia tenta manter a produção interna

Débora Ramos

AguaBoaNews

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Honda revela planos de produzir motos movidas à eletricidade

Foto: Divulgação

A Honda e a Scooter India (HMSI), a segunda maior fabricante de motocicletas do país, afirmaram em abril que começaram a trabalhar no projeto de uma moto totalmente elétrica, inicialmente disponível apenas ao mercado indiano. O plano está em sincronia com crescimento da ideia de desenvolver veículos movidos à eletricidade e na infraestrutura necessária para a produção em países asiáticos.
 
O presidente e CEO da HMSI, Minoru Kato, afirmou recentemente que os trabalhos sobre o projeto já estão acontecendo na fábrica da Honda no Japão, mas que devem começar ainda neste ano também na Índia. Ele afirmou ainda que, apesar da experiência da montadora japonesa em vender motocicletas elétricas ao redor do mundo, é difícil atender as expectativas do crescente mercado de motocicletas indiano.
 
Para ele, o grande desafio é aliar preço, desempenho e potência. "Como nós conseguimos um balanço certo sobre esses três elementos?", questionou em entrevista ao diário econômico japonês Asia Nikkei Review. Até o momento, se sabe que a moto deve ter um mínimo de 100 cilindradas e deve ser produzida tanto na Índia quanto no Japão.
 
A Honda e a Scooter Índia não são as primeiras fabricantes a começar a trabalhar em um modelo elétrico. A Hero Group, uma empresa parceira da gigante japonesa, também trabalha há alguns anos no projeto da motocicleta elétrica, assim como a britânica Royal Enfield, icônica montadora de motos que chegou recentemente ao Brasil.
 
Maior mercado do mundo
Segundo o jornal Times of India, o país é o maior mercado do mundo do setor, superando a China e a Indonésia. Em 2016, foram vendidas 17,7 milhões de unidades, o que dá cerca de 48 mil motos vendidas por dia. Os consumidores chineses, por sua vez, adquiriram 16,8 milhões de motos, de acordo com dados oficiais, enquanto os indonésios compraram 6,5 milhões de modelos.
 
O Japão se beneficia desse mercado não apenas pelas vendas de veículos novos, mas em um tipo de leilão online de motos que as distribuidoras japonesas organizam diariamente com compradores asiáticos. Segundo o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão, apenas o mercado de carros, ônibus, caminhões e motocicletas usados vendeu 3,7 milhões de unidades em 2015.
 
O protagonismo da Índia, porém, pode mudar essa ordem mundial: para o consultor Michael Uhlarik, a supremacia japonesa sobre o mercado de massa de motocicletas e a presença de europeias, como a Harley-Davidson, explorando margens mais caras do público, estão perto de acabar.
 
"A Índia não era levada a sério pelas produtoras de motocicletas até uma década atrás. No entanto, um mercado enorme com dezenas de milhares de novas unidades vendidas a cada ano também faz com que seja mais difícil para empresas estrangeiras penetrarem no país, por causa dos impostos punitivos colocados pelo governo para evitar a concorrência com elas", explica no artigo Motorcycle Industry New World Order: India is the Next Japan, publicado em seu perfil no Linkedin.
 
Para observadores do mercado indiano, uma explicação para o crescimento significativo é a presença mais forte de mulheres no público consumidor desse tipo de veículo. A Honda diz que 35% do mercado indiano já é preenchido por elas. Uma outra hipótese - comprovada anualmente - é a demanda expansiva de pessoas que vivem no campo e dependem das duas rodas para se locomover pelas precárias estradas indianas.
 
 

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