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23/03/18 às 14:52

Mais de um hectare foi derrubado em invasão no assentamento Bordolândia

Os invasores estavam em plena atividade, operando tratores de esteira e um correntão

Kayc Alves/Semana7

Edição: Clodoeste 'Kassu' AguaBoaNews

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Mais de um hectare foi derrubado em invasão no assentamento Bordolândia

Foto: Divulgação

A ação do Ibama, com apoio da Polícia Militar (PM) de Mato Grosso, interrompeu, no fim de semana passado, o desmate da reserva legal coletiva do assentamento Bordolândia. As três pessoas envolvidas na invasão foram presas, depois de terem derrubado mais de um hectare da área federal. A polícia investiga quem mais estaria envolvido na ação criminosa.

Os invasores estavam em plena atividade, no último dia 17, na reserva do Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Bordolândia, localizado entre Bom Jesus do Araguaia, São Félix do Araguaia e Serra Nova Dourada. Dois dos presos operavam dois tratores de esteira e usavam um correntão. O outro suspeito preso foi o dono das máquinas.

A suspeita é de que a área estaria sendo preparada para grilagem, quando, irregularmente, pessoas tomam propriedade de faixas de terra que não às pertencem. Segundo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as reservas legais coletivas vêm sendo alvo desse tipo de crime constantemente. As ações criminosas prejudicam os assentados regularizados, pois, sem a reserva legal, suas propriedades tornam-se irregulares. Por isso, o Ibama tem intensificado a fiscalização.

A ideia de uma reserva legal coletiva surgiu no Brasil em 2008, para possibilitar ao produtor rural uma área maior de uso econômico de sua propriedade. A mata também pode ser explorada de forma sustentável pelos próprios assentados, agregando a eles uma nova fonte de renda.

Inicialmente, as pessoas envolvidas na invasão da área devem responder criminalmente, perante a Justiça Federal, por desmatamento em área proibida. Os invasores também são autuados administrativamente, junto ao Ibama, com multa e apreensão dos tratores.

Segundo o chefe do Ibama em Barra do Garças, Leandro Nogueira da Silva, a responsabilização atinge toda uma “organização criminosa”. Ele cita que são autuados o invasor que contratou o maquinário para a derrubada, o operador das máquinas, a empresa contratada e outros envolvidos. Entre os envolvidos, também podem estar até assentados do Bordolândia.

O Ibama e a investigação da polícia não descartam a possibilidade do uso de maquinário das prefeituras dos municípios próximos. “Deixamos claro às administrações de Bom Jesus do Araguaia, São Félix do Araguaia e Serra Nova Dourada, que qualquer máquina ou funcionário da prefeitura que estiver envolvido também será responsabilizado”, afirma Leandro.

Uma das preocupações quando se derruba um hectare de mata em uma reserva legal é o prejuízo às nascentes de água. Além da atuação no equilíbrio ambiental, o recurso é importante também para a produção agrícola das propriedades locais.

Segundo o chefe do Ibama em Barra do Garças, uma alternativa para a ocupação da área desmatada é o reflorestamento com frutíferas como o babaçu, o açaí, dentre outras. Ele destaca que, se os assentados se organizarem, através de uma cooperativa, por exemplo, todos poderiam fazer uso do plantio e usufruir de retorno financeiro.

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  • por Edmarks, em 25/03/18 às 17:20

    Uma correção, município de São Félix do Araguaia não faz divisa com o PDS Bordonlandia e sim Alto Boa Vista, Serra Nova Dourada e Bom Jesus

  • por Cicero, em 23/03/18 às 20:30

    Um hectare? Tá certo?

 
 
 
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