Notícias / Agricultura

08/09/15 às 10:12

Cerca de 500 famílias sem-terra invadem fazenda no sudeste de GO

Militantes do MST e MCP exigem que área seja desapropriada por dívidas. Dono nega irregularidades e diz que Justiça acolheu pedido de reintegração.

Cerca de 500 famílias sem-terra invadem fazenda no sudeste de GO

Militantes do MST e MCP montaram barracas dentro da mata em fazenda

Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Cerca de 500 famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e do Movimento Camponês Popular (MCP) ocupam uma fazenda em Campo Alegre de Goiás, no sudeste do estado, desde a semana passada. A propriedade, de 1.100 hectares, já havia sido invadida há pouco mais de 10 anos. Os militantes querem que a área, onde são produzidas duas safras anuais de grãos de soja, seja desapropriada.

De acordo com o MST, a fazenda tem dívidas com um banco e, por isso, pedem que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) transforme as terras em um assentamento para os camponeses. “A gente quer que essa área seja destinada à reforma agrária, sendo usada para a produção familiar de plantações de produtos naturais, sem adição de nenhum veneno”, disse a militante Patrícia Cristiane Silva.

 
 
Coordenador do movimento, Francisco Melo diz que o grupo apenas está exigindo o que é de direito. “Protestamos contra o agronegócio e reivindicamos o direito da agricultura familiar para o povo camponês”, afirmou.

O dono da fazenda, Luiz Righetto, garantiu que as terras são 100% produtivas e negou ter qualquer tipo de dívida. “Hoje nós não devemos nada para nenhuma instituição financeira. Nossa matrícula está totalmente liberada”, garantiu.

Riguetto diz que a invasão já que causou prejuízos durante a colheita do sorgo, também cultivado em uma área de 100 hectares, pois os trabalhos foram paralisados depois que os militantes ameaçaram queimar as máquinas agrícolas. Além disso, ele diz que parte da lavoura está sendo arrancada e vendida pelo grupo. O MST e MCP negaram essa informação.

Ainda segundo o proprietário, a Justiça acolheu um pedido dele para a reintegração de posse das terras, o que deve acontecer a qualquer momento. Situação semelhante aconteceu durante a primeira invasão, em 2004, quando a uma operação policial foi montada para retirar os camponeses da propriedade.

O G1 entrou em contato com a Superintendência Regional do Incra em Goiás e aguarda um parecer sobre o caso.
 
Dono diz que produz soja e sorgo na propriedade, em Campo Alegre de Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Dono diz que produz soja e sorgo na propriedade, em Campo Alegre
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

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