O programa Fantástico, da Rede Globo, mostrou neste domingo uma longa matéria sobre o grupo gnóstico Santuário Místico e Ecológico do Roncador, que realiza tratamentos de saúde numa caverna mística.
Recentemente, abordei o assunto num artigo neste espaço e recebi grande procura por informações.
Por isso, gostaria de voltar ao assunto aproveitando a matéria veiculada no Fantástico.
No final de 2009, o secretário de Comunicação do governo, Osmar de Carvalho, pediu-me para acompanhar Luiz Jacarandá e o cinegrafista e produtor Marcelo Biss e auxiliá-los numa entrevista com pessoas de uma comunidade espiritualista da região de Cocalinho, no Leste do estado. Lá passaria a caravana do rally Berokã que percorreria o rio Araguaia da nascente à foz.
A comunidade fica próxima do Rio das Mortes, grande afluente do Araguaia. Fomos de avião.
Fomos recebidos por quatro pessoas muito importantes do Santuário: Armando Luvison, com 85 anos à época e já falecido, Deusinha, sua esposa e a sacerdotisa do templo, Dalvan, filho de Armando e o João Santini.
Recepção amorosa. Identifiquei-me de imediato com Armando e mais tarde com Deusinha. Abertos, sem frescuras e muito sérios da sua missão.
Visitamos a caverna no final da tarde de sexta-feira. Os rituais seriam dentro dela no sábado e no domingo. Na entrada da caverna senti vertigens. Armando disse-me que era a energia emanada dela.
Lá dentro, Marcelo Biss armou uma câmera e conversamos sobre os fundamentos de crença do santuário. Armando era um ex-frei, muito culto e muito sereno.
De volta, conversamos até bem tarde, ele, Deusinha e eu, sobre esses mistérios que o mundo do terceiro milênio começa a desvendar, desde a criação do DNA humano e outros longos temas.
No sábado cedinho, começaram a chegar as caravanas vindas de muitas partes do Brasil, de carros e de ônibus.
O ponto de convergência de todos é Barra do Garças, 350 km ao sul. Almoçamos e Deusinha incorporada de um dos mestres espirituais antigos do planeta Terra, examinou com um longo e penetrante olhar cada uma das 300 pessoas presentes, inclusive eu, e selecionou aqueles que seriam tratados à noite.
Naquela noite de sábado, seriam 28 pessoas e outro tanto no domingo à noite.
Confesso que senti-me estranhamente parte daquilo tudo, como se já tivesse vivido algo parecido.
Na realidade, a Serra do Roncador e seus mistérios me acompanham desde os tempos de estudante em Brasília, onde pouco sabia de Mato Grosso e desses assuntos.
O assunto continua amanhã.