Imprimir

Imprimir Notícia

11/01/17 às 16:08

Dor na mama pode ter relação com ciclo menstrual e gravidez

Mais de 50% das mulheres já sentiram algum tipo de dor na mama (também chamada de mastodínea ou mastalgia) em algum momento de suas vidas. Normalmente as dores são suportáveis - entretanto, em cerca de 10% dos casos a dor nas mamas pode ser incapacitante de alguma forma. Além das mulheres, homens também podem sentir dores nas mamas.
 
Para entendermos melhor, é preciso saber que as mamas são formadas por tecidos sensíveis aos hormônios, e podem ocorrer alterações nesses níveis ao longo da vida.

A dor na mama é comum em meninas na adolescência, uma vez que as alterações hormonais típicas da puberdade podem culminar no problema. Isso pode aparecer também nos meninos na puberdade como uma sensibilidade e nódulo, a ginecomastia.
 
ADVERTISEMENT
 
x
Durante a gravidez, pode haver o aparecimento de um nódulo abaixo da aréola por causa das alterações hormonais, causando dor e às vezes até a saída de secreção, chamada de "leite de bruxa". Na gestação e amamentação, as dores e sensibilidade são comuns pela distensão e desenvolvimento das mamas. Na menopausa, pela falta dos hormônios, esses sintomas entram em repouso e o tecido mamário vai sendo substituído por tecido gorduroso.

Existem três tipos de dores nas mamas: cíclicas, não-cíclicas e dores extra mamárias. Os ciclos menstruais são os responsáveis pela dor cíclica e correspondem a 70% dos casos pelas variações hormonais. A estimulação cíclica dos hormônios estrogênio, progesterona e prolactina levam a proliferação, secreção e edema do tecido mamário, causando a dor recorrente.

As dores não-cíclicas são desconexas do ciclo menstrual, tendem a ser unilaterais e podem ser causadas por:
Já as dores extra mamárias são causadas especialmente por problemas ósseo/articulares, neurológicos, musculares e de postura. A articulação das costelas com o osso esterno são um dos principais locais de osteocondrite, que pode refletir em dor nas mamas. Trauma, cirurgia de tórax e infecção por herpes zóster (cobreiro), por exemplo, causam dor nas mamas sem alteração dos tecidos mamários.

Mas a maior dúvida e medo das pacientes é se a dor que ela sente tem relação com o câncer. Diversos trabalhos mostram que é muito rara esta combinação - um deles mostrou que os dois grupos de pacientes que faziam mamografia de rotina, com e sem dor, tiveram o mesmo número de diagnósticos de câncer de mama.

Cerca de quase 4% das mulheres com diagnóstico de câncer de mama, porém, tiveram a dor como primeiro sintoma e o que iniciou a investigação. Devemos lembrar que o câncer de mama inflamatório pode doer. Ele é muito agressivo, leva ao edema das mamas e pele que fica com característica de casca de laranja, como se fosse uma infecção.

É preciso que a mulher seja orientada sobre como usar sutiãs que contenham as mamas de maneira mais natural e, se excluídos câncer e outras doenças, o sutiã correto pode proporcionar uma melhora de cerca de 60% das dores cíclicas.

Apresentação: Dr.Fábio Lagoinha

 
Graduado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 1981 e doutor em Mastologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), o Dr. Fabio Laginha tem experiência no atendimento hospitalar na rede pública e privada. Participa de pesquisas clínicas em Ginecologia e Mastologia, principalmente nos temas câncer de mama - foi pesquisador do estudo clínico multicêntrico de Quimioprevenção contra o câncer de mama do Instituto Europeu de Oncologia, de Milão -, neoplasia lobular, câncer de colo uterino - pesquisador do estudo clínico Multicêntrico da Vacina Quadrivalente contra HPV -. tratamento e embolização de miomas uterinos. É coordenador da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, de São Paulo.

 
Imprimir