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09/12/16 às 19:50

Fórum Mais Milho reúne mais de 500 pessoas em Cuiabá

O milho esteve em foco na manhã e no início da tarde desta sexta-feira (9), durante o Fórum Mais Milho, no Centro de Eventos Pantanal. Lançado em Cuiabá pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho), o evento reuniu mais de 500 pessoas e a ideia, agora, é que seja ampliado e realizado em outros estados produtores.
 
Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho. Um dos objetivos do evento foi exatamente debater de que maneiras o país pode ampliar sua produtividade, tendo em vista uma melhor gestão do negócio, aliada à tecnologia e políticas públicas eficientes.
 
Produtor rural em Mato Grosso e ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi se disse otimista quanto a próxima safra de milho e ao crescimento da produção. Quanto ao mercado do grão, Maggi afirmou que é preciso pensar além do mercado internacional. 
 
“O Brasil produz cerca de 90 milhões de toneladas de milho anualmente e temos potencial para muito mais. Queremos avançar e alcançar novos números, mas precisamos ter uma política um pouco mais duradoura na questão dos preços do milho. O mercado internacional nos é muito importante, mas temos que ter um consumo interno maior, porque precisamos manter um preço um pouquinho mais estabilizado. Para regular o mercado, temos, por exemplo,  produção do etanol de milho”, pontuou.
 
O etanol, inclusive, foi um dos pontos cobrados durante o Fórum. Vice-presidente da Abramilho, Glauber Silveira pediu mais agilidade na liberação de usinas de etanol. “É preciso agilidade por parte do Governo do Estado em liberar as licenças e promover políticas de incentivo”, define.
 
Representante do Governo no evento, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Ricardo Tomczyck, também afirmou que Mato Grosso tem condições de elevar a produção, além de capacidade de transformar cereal em biocombustível.
 
"Nós como Governo temos que pensar na transformação e temos condições de transformar o cereal em biocombustível e proteína animal. Mato Grosso é um gigante, mas também precisamos estar atentos e dar condições para que o nosso produtor possa trabalhar e termos uma produção de forma sustentável".
 
Sinal vermelho - Presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin afirmou que o evento pode ser um divisor de águas na discussão sobre milho, mercado e armazenagem. De acordo com ele, o grão é o sinal vermelho quando o assunto é venda e preço.
 
"O milho é realmente o nosso sinal vermelho (venda e preço). Eu acho que se vier a safra no tamanho desenhado nós podemos ter preços deprimidos entre R$ 15,00 e R$ 17,00 em algumas regiões e isso não cobre os custos de produção hoje", afirmou.
 
O presidente lembra que o preço mínimo para a saca do milho (60 kg) no estado é de R$ 16,50. Para cobrir os custos de produção, o mínimo seria R$ 22,00. "O Mais Milho vem para levantar uma questão principal entre produtores e compradores, mas não só compradores internacionais, grandes multinacionais, e sim os compradores que usam o milho dentro do Brasil, que usam para a produção de carne. Esse foi o intuito de trazer o Mais Milho, ou seja, para tentar trazer essa junção entre comprador e vendedor, para que a gente não tenha essas oscilações bruscas de preço e traga desestímulo ao produtor", disse.
 
“Pé direito” – Um dos mentores do Fórum Mais Milho, Glauber Silveira lembrou que os painéis e as discussões a partir de todos eles fomentaram ideias e possivelmente ações para as próximas safras do cereal. Para ele, o primeiro evento cumpriu o seu objetivo.
 
“O evento lançou uma semente. Conseguimos trazer pessoas bastante importantes e interessantes no mercado, com a mensagem de integração e agregação de valor, tecnologias, comercialização e manejo para produção do milho. Saímos do evento com o pé direito”, afirma um dos idealizadores do evento e vice-presidente da Abramilho, Glauber Silveira.
 
Painéis – Além do ministro da Agricultura, Blairo Maggi; do presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin; e do vice-presidente da Abramilho, Glauber Silveira, participaram do Mais Milho o presidente da Famato, Rui Prado; o diretor de originação da JBS Foods, Arene Trevisan; o líder de negócios da Cargill América Latina, Paulo Sousa.
 
Também estiveram nos painéis o presidente da Monsanto América do Sul, Rodrigo Santos; o diretor comercial da FMC, Marcelo Magurno; o diretor geral da BBM, César Henrique Bernardes; o diretor operacional da Nova Futura Corretora, João Francisco; o superintendente do Imea, Daniel Latorraca; o secretário geral de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller; o secretário adjunto de agricultura de Santa Catarina, Airton Spies; o presidente da Abramilho, Sérgio Bortolozzo; o gerente industrial da Usimat, Vital Nogueira; e o superintendente do Senar, Otávio Celidônio.
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