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17/11/16 às 13:06 | Atualizada: 17/11/16 às 15:49

Trabalhadores da Alimentação do Centro-Oeste definem prioridades para a categoria em 2017

A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) irá realizar, nos dias 22 e 23 de novembro, o Seminário Regional da Categoria Profissional da Alimentação no Centro-Oeste. O objetivo do encontro é discutir a aplicação da resolução nacional do VI Congresso da CNTA e definir prioridades específicas para os Estados de Mato Grosso do Sul (MS), Mato Grosso (MT), Goiás (GO) e Distrito Federal (DF). O evento acontecerá em Cuiabá (MT) e deverá reunir aproximadamente 80 dirigentes de sindicatos e federações. Na ocasião, será lançada a pesquisa Raio X da Alimentação no Centro-Oeste, produzida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) a pedido da CNTA Afins.
 
Documento que norteará as ações da categoria para os próximos quatro anos, a resolução do VI Congresso da CNTA, aprovada em agosto, define diretrizes e posicionamentos unificados sobre questões que preocupam os 1,6 milhão de trabalhadores no País e o movimento sindical. Alguns exemplos são: a terceirização na atividade-fim, a reforma previdenciária, o custeio sindical e o alto índice de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais nas indústrias.

Primeiro encontro regional da CNTA, o seminário deverá abordar temas, como a rotatividade no mercado de trabalho e a redução da geração de vagas, principalmente, no setor de bebidas e de produtos alimentícios no Centro-Oeste. Apesar de liderar o ranking regional em número de trabalhadores, com 90,7 mil empregados, Goiás apresenta os piores salários por setores. Atualmente, Mato Grosso possui 47,2 mil trabalhadores; Mato Grosso do Sul 44,9 mil, e Distrito Federal 11,6 mil.
 
De acordo com o presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, o evento tem como importância a definição de estratégias para o enfrentamento dos desafios da atual conjuntura econômica e política do Brasil, além de abusos praticados por empresas globais, como a Ambev e a BRF. Segundo ele, a categoria sofre com demissões, falta de avanço nas negociações coletivas, pressões psicológicas por metas agressivas, assédio moral, falta de benefícios e desigualdade de remuneração entre homens e mulheres.
 
"Nossa intenção é contribuir com o fortalecimento das entidades sindicais para resistirmos aos ataques dos poderes econômico, Executivo e Legislativo, cumprindo cláusulas e prazos aprovados em nosso último congresso. Sabemos da crise pela qual o País passa, mas não deixaremos que os patrões se utilizem dela como desculpa para descumprir deveres e desrespeitar direitos assegurados à classe trabalhadora", comenta.
 
Panorama

Pesquisa inédita do DIEESE, o Raio X da Alimentação no Centro-Oeste faz um panorama do desenvolvimento do setor entre 2011 e 2015, com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho. O estudo traça o perfil dos trabalhadores (escolaridade, gênero, outros), com análise da evolução da geração de vagas e remuneração média por setor de atividade: pesca e aquicultura, fabricação de produtos alimentícios, bebidas e fumo.
 
Em 2015, houve redução do número de trabalhadores nas indústrias da Alimentação na região Centro-Oeste: eram 194.490 empregados em 31 de dezembro de 2015, contra 198.221 no mesmo período do ano anterior. Foram fechados, portanto, 3.661 postos de trabalho (-1,8%). Tal queda, contudo, não foi uniforme. Enquanto no DF (851) e MS (436) registrou-se expansão do emprego no período, em GO (-1472) e MT (-3476) houve recuo. Do mesmo modo, se por um lado Fabricação de Produtos do Fumo (24) e Pesca e Aquicultura (104) registraram altas, por outro, Fabricação de Produtos Alimentícios (-2937) e Fabricação de Bebidas (-852) caíram. Ainda segundo a pesquisa, a remuneração média destes trabalhadores, no mês de dezembro de 2015, era de R$ 1.844,20.
 
Perfil
 
Homens, jovens, com nível médio de escolaridade predominam o trabalho nas indústrias alimentícias do Centro-Oeste, segundo a pesquisa. Em 2015, homens e mulheres representavam, respectivamente, 68,1% e 31,9% da mão de obra do setor, concentrando, em sua maioria, trabalhadores de 18 a 29 anos: 41,5% do total.
 
O nível de escolaridade chama a atenção, já que 49% dos trabalhadores têm pelo menos o ensino médio completo, sendo que 10% deste total possui ensino superior. De acordo com a análise da rotatividade de trabalho, o estudo aponta que 31,7% dos trabalhadores estão a menos de um ano em seu posto de trabalho. Já quanto à remuneração, a pesquisa constatou que em média, a mulher ganha 32% a menos que os homens, sendo a variação de
R$ 1.391,15 contra R$ 2.056,22. 
 
Programação:
22 de novembro
14h – abertura
 
23 de novembro
Das 8h às 12h – debates para cumprimento das cláusulas da resolução, com definição das prioridades para região;
 
Das 13h às 18h – forma de atuação conjunta dos sindicatos, federações e confederação, além dos representantes do comitê eleito no Congresso, dos Estados da região centro-oeste, para fortalecimento das entidades sindicais, objetivando resistir aos ataques dos poderes econômico, Executivo, Legislativo e cumprimento das cláusulas e prazos aprovados.
 
Número de trabalhadores por Estados:
São Paulo - 410.675
Paraná - 193.653
Minas Gerais - 175.899
Rio Grande do Sul - 141.819
Santa Catarina - 115.410
Goiás - 90.736
Pernambuco - 80.710
Alagoas - 62.801
Rio de Janeiro - 56.801
Ceará - 48.033
Mato Grosso - 47.264
Bahia - 45983
Mato Grosso do Sul - 44.920
Pará - 29.489
Espírito Santo - 23.204
Paraíba - 20.344
Rio Grande do Norte - 19.297
Rondônia - 17.079
Sergipe - 12.423
Distrito Federal - 11.640
Maranhão - 10.529
Amazonas - 10.031
Piauí - 9.626
Tocantins - 9.015
Acre - 3.291
Amapá - 1.243
Roraima - 1.032
Total - 1.692.947
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