Imprimir

Imprimir Notícia

28/05/16 às 23:19

OPERAÇÃO RÊMORA - Diretores de escolas são pressionados a aceitar obras superfaturadas em MT

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso, Henrique Lopes do Nascimento, afirmou que diretores de escola estavam sendo pressionados a aceitar serviços de reformas em escolas com indícios de superfaturamento. A declaração foi dada durante entrevista ao jornal do Meio Dia, exibido pela TV Record (canal 10). “Nós tornamos públicos que diretores de escola chegaram a ser pressionados para aceitar serviços de determinadas empresas com preços superiores ao de mercado conforme descoberto pelo conselho das unidades escolares”, disse.

O sindicalista revelou que o governo do Estado não aceitou com normalidade a denúncia dos diretores das escolas, o gerou constrangimento em alguns profissionais. “De denunciantes, alguns diretores passaram a ser investigados pela Seduc (Secretaria de Estado de Educação) e nossa assessoria jurídica precisou acompanhar determinados casos como aconteceu em Várzea Grande”, disse.

A suspeita de cobrança de propina em contratos de reformas e construção de unidades escolares levou o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrar no dia 3 deste mês a Operação Rêmora. As fraudes aconteciam em contratos que somam até R$ 56 milhões e envolvia um núcleo de servidores públicos e empresários. 

No dia 18, o Estado suspendeu o andamento de obras que somam R$ 19,6 milhões que estão sob investigação. Durante a entrevista na TV, o sindicalista ainda cobrou empenho dos órgãos de fiscalização para acompanhar as parcerias público privadas que estão sendo planejadas pelo Estado. "É uma privatização perigosa do ensino público e merece atenção dos órgãos de fiscalização", comentou.

Quatro pessoas permanecem presas em decorrência da "Operação Rêmora". São elas: o empresário Giovani Guizardi e ainda os ex-servidores da Seduc, Moisés Dias da Silva, Fábio Figeri e Wander Luiz dos Reis.
Imprimir