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17/07/15 às 08:20

ÓLEO DIESEL: Dois reajustes em um mês

Está vigorando desde ontem o segundo aumento em um intervalo de 30 dias para o litro do óleo diesel comercializado no país. As distribuidoras e revendas que já adquiriram novos estoques estão pagando mais e, consequentemente, repassando a alta para os valores de bomba. Conforme a Petrobras, o reajuste de julho é de R$ 0,017. Há exatamente um mês, em 16 de junho, outro aumento de R$ 0,02 sobre o litro do óleo diesel e R$ 0,01 sobre o litro da gasolina haviam sido determinados pela estatal brasileira. Majoração pegou muitos consumidores de surpresa.

Como informou o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo), em um primeiro instante, os últimos dois reajustes podem até parecer pequenos, contudo, a direção da entidade lembra que o mercado de combustíveis vem sendo impactado desde o início do ano. “Em fevereiro começou a vigorar a revisão dos impostos {Cide, Pis e Cofins} sobre esses combustíveis, que gerou um aumento de R$ 0,22 centavos sobre o preços do litro da gasolina e R$ 0,15 centavos sobre o preço do diesel nas refinarias”.

Como reforça a entidade patronal, os diversos reajustes somados causam grande impacto à economia, especialmente a mato-grossense, que é muito dependente dos fretes via o modal rodoviário. “Ressaltamos que qualquer mudança que inflacione os preços dos combustíveis acaba gerando um grande impacto.”, explica o diretor-executivo do Sindipetróleo, Nelson Soares.

Ele aponta que os reajustes afetam toda a cadeia econômica, dos preços dos produtos que chegam aos supermercados, aos insumos utilizados pela agricultura, entre outros setores que são impactados. “Existe no setor de combustíveis uma preocupação com a política de preços adotada pela Petrobras de realizar aumentos de pequenos percentuais. Sem divulgação prévia por parte da estatal, o Sindicato sente a necessidade de informar o consumidor de que a responsabilidade pelo aumento é da política de preços do governo federal e não do posto revendedor”, explica.

Soares ressalta que a decisão de repassar ou não os reajustes de preços e o tempo em que isso ocorre cabe a cada revendedor, já que o mercado é livre e cada um tem fluxo de caixa e uma planilha de custos que permite absorver as altas num primeiro momento, ou, repassá-las de imediato.

Um posto da BR Distribuidora, uma subsidiária da estatal brasileira, localizado na Avenida Miguel Sutil, ainda não havia alterado o preço de bomba do litro do diesel até o meio da tarde de ontem. O valor de R$ 2,85 seguia inalterado. Questionado, o frentista disse que o proprietário não havia pedido a mudança até aquele momento e não soube informar se o posto havia comprado algum carregamento novo de óleo diesel. Já o economista Luiz Augusto Lima e Silva, que abastecia sua caminhonete na tarde de ontem, soube do aumento pelo Diário e se mostrou surpreso e indignado. “Não vi publicidade alguma nesse aumento de forma prévia. Se não bastassem todos os aumentos que estamos contabilizando nesse primeiro semestre, a Dilma manda mais um. Quando aumentam os preços dos combustíveis aumenta tudo no país. É uma reação em cadeia”.

MERCADO - Mesmo com os aumentos do último mês, o preço médio dos dois combustíveis no Estado seguiu estável entre os dias 14 de junho e 5 de julho, conforme levantamento da Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP), que faz o monitoramento semanal de preços em revendas de todo o país. O preço médio do óleo diesel, em Mato Grosso, é de R$ 3,05, com máxima de R$ 3,33. Considerando o valor médio, o preço de bomba do Estado é o quarto maior do Brasil atrás apenas do registrado no Acre, R$ 3,36 e em Rondônia e Roraima, R$ 3,09.

Com relação à gasolina, o valor médio em Mato Grosso é de R$ 3,32, considerando o mesmo período de comparação, com máxima de R$ 3,90. O valor médio está entre os 16 mais caros do Brasil, mostrando que a alta da gasolina atingiu muitos estados. Para se ter uma ideia, a média de Mato Grosso é inferior a de Minas Gerais, em R$ 3,35.

As altas das principais matrizes derivadas do petróleo refletiram no volume consumido no Estado. Ambos contabilizam comercialização negativa quando comparada ao acumulado de janeiro a maio desde ano com igual intervalo de 2014. Conforme a ANP, o consumo do diesel no Estado recuou 4,3% ao contabilizar a movimentação de 1,05 bilhão de litros. Em maio, com o consumo de 183,27 milhões de litros, o combustível registrou o menor volume para o mês, em Mato Grosso, desde 2009.

A gasolina registra acumulado negativo em 11%, somando de janeiro a maio 238,17 milhões de litros consumidos.

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