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08/03/16 às 10:03

História de pioneirismo marca presença feminina na Odontologia

Gerações de mulheres têm desempenhado um papel importante na odontologia brasileira: a busca pelo reconhecimento de seu trabalho. Desde a década de 1980, as faculdades do curso têm formado mais mulheres do que homens no país – numa crescente feminização da profissão. Somente no Estado, o Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso (CRO MT) aponta a marca de 4.350 trabalhadoras inscritas na área de saúde bucal. Um número que se traduz em muitas histórias e conquistas.

Para a cirurgiã-dentista cuiabana Norma Cristina Boehler Iglesias Araújo, a paixão pela carreira começou lá no início – na escolha pelo curso. “Sempre quis algo que pudesse contribuir com o desenvolvimento das pessoas de forma diferenciada. Auxiliar o sorriso, promover a alegria e amenizar a dor. Foi assim, ao unir odontologia e musicoterapia, que encontrei a minha vocação. E lá se vão 30 anos”, ressalta.

No país, a primeira mulher a receber o título de cirurgiã-dentista foi Isabella Von Sydow, em 1899. Antes dela, outra brasileira, Antonia d'Avila, recebeu o título, mas era da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos. Pioneiras no estudo da odontologia, elas quebraram barreiras tradicionais e definiram normas e padrões para outras gerações da “medicina dentária”. Ao longo do tempo, o interesse feminino aumentou em virtude do caráter liberal da profissão e por permitir jornada de trabalho flexível.

Norma complementa: “a odontologia é uma profissão delicada. Ela atua com uma área muito sensível – a cavidade bucal. Nós, mulheres, trouxemos para a profissão a sensibilidade em perceber os pequenos detalhes. Aliás, poder contar com horários flexíveis, em nossa rotina corrida, nos permite conciliar a atividade com as demais do dia-a-dia. Hoje, somos maioria em cursos de especialização e no serviço público”.  

Nessa jornada, uma nova aliada surgiu em seu caminho: sua filha, a cirurgiã-dentista Adriane Boehler Iglesias Araújo. “Minha mãe é um exemplo a seguir. Tenho a honra de tê-la como família, amiga e colega de profissão. Trocamos ideias, planejamentos e novidades. É uma parceria incrível”, destaca Adriane, que atua na área há 10 anos.

“Meus filhos cresceram na odontologia. Entre 91 e 95, participei do CRO MT como conselheira e secretária. Na época, eu atuava como presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Cuiabá e também no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Posso dizer que trouxe a minha experiência e, da mesma forma, aprendi muito com o CRO MT – de legislação, administração até a troca de conhecimento sobre a nossa área”, enfatiza Norma.

Tanto mãe quanto filha ressaltam: neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, não podemos esquecer a importância do acompanhamento odontológico regular. Cuidar da saúde bucal é continuar num caminho de conquistas e sorrisos.
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