Imprimir

Imprimir Notícia

28/01/16 às 17:33

Uma das trigêmeas que tem oito irmãos morre de derrame em MT

Uma das trigêmeas que nasceu prematura em novembro de 2015 em Cuiabá morreu, no último domingo (24), em Querência, a 912 km da capital, onde morava. Maria Letícia tinha pouco mais de dois meses de vida e faleceu por conta de uma doença congênita no coração, segundo contou a mãe, a dona de casa Agna Rodrigues Siqueira, de 38 anos.

“Ela já nasceu com apenas um pulmão, então já inspirava cuidados. Na manhã de domingo, ela teve uma parada cardiorrespiratória e eu a levei rapidamente ao hospital, mas ela não resistiu. Segundo os médicos, ela morreu por conta de 'água no coração'”, disse.
 
A doença a qual a mãe se refere, conhecida popularmente como “água no coração”, trata-se de um derrame pericárdico, conforme explicou a cardiologista Cristina Gama. “O coração tem uma membrana, como se fosse um saco. O derrame pericárdico ocorre quando, nessa cavidade, se acumula fluido, que pode ser sangue, secreção, não necessariamente água, apesar de ser conhecida por esse nome”, explicou.

Segundo a cardiologista, esse tipo de derrame pode levar à morte caso seja grande o volume de fluido acumulado ou tenha sido uma acumulação de instalação rápida. O laudo da necropsia feita em Maria Letícia apontou que a criança morreu de morte natural, por já ter nascido com duas doenças congênitas, sendo uma no coração e outra no pulmão.

O Conselho Tutelar da cidade foi informado do caso para que acione a Secretaria Municipal de Saúde, a fim de pedir que sejam realizados exames e o acompanhamento das duas irmãs de Maria Letícia. O objetivo é verificar se alguma delas sofre das mesmas doenças congênitas da irmã, para que recebam o tratamento necessário.
 
Mãe segura os bebês no colo após alta hospitalar (Foto: André Ferreira/ G1)Mãe com as três filhas no colo, em dezembro de 2015, em Cuiabá (Foto: André Ferreira/ G1)
 
Exames em Cuiabá

Segundo Agna, ela e as gêmeas Maria Eduarda e Maria Vitória devem se deslocar até Cuiabá ainda nesta semana, para que as bebês sejam internadas e passem por exames de rotina. Quando nasceram, as trigêmeas chegaram a passar um mês internadas no Hospital Geral Universitário, na capital, para ganharem peso.

Na ocasião, a mãe ficou hospedada em uma casa de apoio. Ela voltou para casa com as filhas em dezembro passado, após o transporte ser oferecido pela Prefeitura de Querência. Desde então, a família conta com doações de leite e roupas para as bebês, uma vez que Agna estava desempregada e o pai das meninas, que é pintor, também estava sem trabalhar.

Como nasceram prematuras, as meninas devem vir à Cuiabá uma vez por mês, para acompanhamento médico.

Agna está no terceiro casamento, e os outros oito filhos são dos dois primeiros casamentos. Todos estão com os respectivos pais.
Imprimir