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06/01/16 às 18:19 | Atualizada: 06/01/16 às 19:43

Penitenciária de Água Boa garante assistência religiosa aos internos

O processo de ressocialização dentro das unidades prisionais depende de muitos fatores. Conforme estabelece a Lei n° 7.210/84, em seu art. 10: “A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade”. Mais a frente, em seu artigo 11, a Lei estabelece que essa assistência será material, de saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. Dessa forma, a Penitenciária de Água Boa, observando as previsões legais e o fator positivo que a assistência religiosa tem no processo de ressocialização, recebeu no dia dois de janeiro o primeiro culto religioso de 2016.
 
A celebração foi realizada por dois pastores, ambos da igreja Assembleia de  Deus  Madureira. Cerca de 30 pessoas participaram da reunião. Para o diretor da Penitenciária, Nilson dos Santos Penteado, essa inserção é extremamente positiva, possibilitando inclusive que o apenado reflita sobre o crime perpetrado e auxiliando no resgate da auto-estima.
 
“O homem é um ser ético e possui necessidades espirituais das quais pode ou não ter consciência. Se o homem encarcerado tiver essa consciência e desejar satisfazê-la, precisamos oferecer oportunidades para que isso seja possível”.
 
De acordo com uma pesquisa publicada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em que foram entrevistados detentos do Presídio de Santa Maria/RS, dos 39 que afirmaram ter se livrado dos vícios, 17 deram relatos comoventes de como a consciência religiosa foi decisiva na recuperação, apontando uma nova perspectiva de vida, como novos valores e princípios. Entre os adeptos religiosos, a incidência de pena disciplinar representa 5,42% da amostragem de 129 detentos entrevistados. Já entre aqueles que não praticam nenhuma religião, a ocorrência de penas disciplinares sobe para 24,80%.
 
Levando em consideração esses dados, e a exemplo do culto realizado na penitenciária Major PM Zuzi Alves da Silva, em Água Boa, o diretor Nilson Penteado sintetiza a importância desse trabalho. “ Sabemos que o individuo passa por um processo de profunda desestruturação emocional e o discurso religioso nessa condição lhes oferece uma possibilidade: a de pensar como sujeito atuante dentro de uma sociedade”, finalizou.
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