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08/01/21 às 07:49

La Niña - Clima impacta regiões de formas diferentes

A La Niña e um dos termos mais falados nos últimos meses e traz grandes preocupações para o campo, que depende do clima para ter sucesso. Tradicionalmente é de mais seca no Sul, Sudeste e Centro-Oeste e mais chuva no Norte e Nordeste. A tendência vem se confirmando.

No Mato Grosso as chuvas foram irregulares no começo da janela de plantio da soja e cerca de 2,5% da área teve que ser replantada, segundo o Imea. Em São Paulo a área de replantio foi ainda maior, alcançando 10%, conforme apurou a Aprosoja. Já no Rio Grande do Sul a estiagem da safra passada está de volta. A Emater aponta que a falta de chuvas já deixa a soja em situação crítica em algumas regiões. Em Manoel Viana, por exemplo, localizada na Fronteira Oeste do estado, cerca de 80% da oleaginosa foi replantada. A volta das chuvas é considerada determinante mas as previsões não são animadoras e para a região Sul volumes maiores devem vir a partir do outono.

Outra cultura que preocupa é o milho. Na primeira safra o Paraná já registra perda de 1,4 milhão de tonelada. Em Santa Catarina foi registrada a pior estiagem dos últimos 15 anos, amenizada pelas chuvas que retornaram com força em dezembro. Mesmo assim as lavouras de milho já haviam sido impactadas. Segundo a Epagri o grão teve baixa de 19% e o milho silagem de quase 30%. Também houve reflexos em alho (-26%), cebola (-18%), feijão (-8%), fumo (-7%) e na soja as perdas são de 3%.

No estado gaúcho muitas lavouras de milho tiveram perda total. Na média devem ser perdidas 700 milhões de toneladas na safra. Desde novembro o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), autorizou repasse de R$ 445.118,96 para 21 cidades do Rio Grande do Sul. Já são 112 municípios em situação de emergência. Além dos prejuízos nas culturas também há falta de água para os animais, irrigação e consumo humano. 

Por outro lado as regiões Norte e Nordeste, tradicionalmente secas, experimentam bons volumes mas não em todos locais. Na Bahia, por exemplo, os municípios de Muquém do São Francisco, Buritirama e Igaporã decretaram emergência pela seca. Já no Ceará há chances de registro de chuvas acima da média histórica nas mesorregiões do Noroeste e Norte do Estado, Sertões e Jaguaribe durante janeiro, fevereiro e março, conforme previsão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
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