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15/12/20 às 07:47

Etanol de milho: novos projetos à vista na bacia do Araguaia e no Paraná



Os projetos de construção de plantas de etanol de milho (integradas ou não a usinas de cana) que estão sobre a mesa de investidores exploram fronteiras ainda não contempladas pela expansão do segmento. Entre as regiões com potencial para novos empreendimentos estão a bacia do Rio Araguaia, entre Mato Grosso do Sul e o sul de Mato Grosso, e o Paraná, diz Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem).

No caso do Araguaia, o abre-alas deverá ser a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), entre Água Boa (MT) e Mara Rosa (GO). O projeto obteve licença ambiental do Ibama em setembro e as obras deverão começar em 2021. Mais do que conectar o Centro-Oeste, o que pode permitir o transporte de grãos entre as microrregiões, o potencial da FICO está na interligação com a Ferrovia Norte-Sul, que a partir do ano que vem começará a conectar o Norte e o Sudeste e poderá servir de via para o escoamento do etanol.

“A região do Araguaia é onde tem o milho mais barato de Mato Grosso e Goiás, e o etanol poderá ser escoado para o porto do Maranhão e para o porto de Santos pela Norte Sul”, afirmou Nolasco.

Já há um projeto da Inpasa, que conta com duas usinas “full” em Mato Grosso, para erguer uma nova unidade em Dourados (MS). A Coamo, maior cooperativa agrícola do país, também planeja construir uma usina em Mato Grosso do Sul ou em seu Estado natal, o Paraná, como já informou o Valor. “O Paraná tem muito milho e dependência de DDGs para aves e suínos”, ressaltou Nolasco.

A construção de usinas de etanol de milho em novas fronteiras tem o potencial de alterar a dinâmica local dos preços do grão, estabilizando as oscilações, afirma o dirigente. As usinas construídas em Mato Grosso e Goiás criaram uma demanda que deverá alcançar em 2020/21 quase 6,5 milhões de toneladas de milho.

No mercado mato-grossense, a demanda por milho para etanol já supera a quantidade do grão destinada à produção de ração, embora represente ainda uma parcela minoritária de toda a produção do Estado (16%). No mercado goiano, as usinas representam menos de 6% da demanda do milho do Estado.
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