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14/12/15 às 18:15 | Atualizada: 14/12/15 às 18:21

MT: Trabalhadores da BRF entram em estado de greve em Lucas do Rio Verde

Diante da falta de avanço nas negociações salariais, trabalhadores da BRF decidiram entrar em estado de greve após assembleia geral realizada nesse domingo (13/12), no Auditório da Câmara Municipal de Lucas do Rio Verde (MT). Aproximadamente 4,5 mil trabalhadores poderão cruzar os braços, caso a empresa não reabra negociação nos próximos 15 dias, a partir de hoje. A categoria reivindica, entre outros pontos, a reposição imediata da inflação e o aumento real do salário (cerca de 13% o total). O movimento contou com a participação e coordenação da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins).
 
Pela Convenção Coletiva de Trabalho, a BRF propôs o pagamento de 5% de reposição salarial, aumento de R$ 20,00 no vale-alimentação e mais R% 25,00 de bônus no vale-alimentação entre janeiro e outubro de 2016. Também propôs um bônus anual de R$ 343,00 (prêmio de excelência, já recebidos), segundo o sindicato profissional da categoria. No entanto, a proposta apresentada pela empresa não atende às expectativas dos trabalhadores, que também denunciaram más condições de trabalho e descumprimento da Norma Regulamentadora nº 36, que trata de novas regras de saúde e segurança em frigoríficos (em vigor desde 2013).
 
De acordo com Valdeci Scherer, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas de Carnes e Derivados da Alimentação e Afins de Lucas do Rio Verde (Sintralve), desde outubro (data-base) a categoria enfrenta dificuldades no avanço do reajuste salarial. O salário base atual da categoria no município é de R$ 923,00, chegando a R$ 973,00 após o período de experiência para auxiliares de produção.
 
"Os trabalhadores estavam insatisfeitos com as negociações até o momento, então ontem fizemos uma nova assembleia para tentarmos renegociar com a empresa a decisão da maioria. Entendemos que o trabalho em frigorífico é sacrificante e, por isso, estamos pedindo o que a lei garante e o que entendemos ser o justo para o trabalhador", comenta.
 
Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA Afins, destaca que a confederação, representante de 400 mil trabalhadores do setor no País, está acompanhando o andamento das negociações.
 
"Estamos aqui para apoiar o sindicato e os trabalhadores da categoria. Estamos atentos à desenvoltura dessa negociação e preparados para agir, caso a empresa não atenta às reivindicações", afirma.
 
A categoria também reivindica:
 
- auxilio creche: que ao invés de se cobrar 15% do piso da categoria, o valor seja cobrado sobre o salário base de cada funcionária, com vigência de 18 meses.
 
- vale-alimentação: aumento de R$ 200,00 para R$ 250,00
 
- hora extra: pagamento da hora trabalhada mais 50% (de segunda a sábado) e de 70% acima dessa hora. Já para domingos e feriados, os trabalhadores reivindicam o aumento de 100% para 120%.
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