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08/07/15 às 13:59

PF combate tráfico internacional de drogas em Mato Grosso

Cuiabá/MT - A Polícia Federal deflagrou hoje (8/7) a Operação Hybris para desarticular organização criminosa especializada em tráfico internacional de drogas, atuante nos municípios de Pontes e Lacerda/MT. A quadrilha era responsável por movimentar vultosas quantias de dinheiro e utilizava uma marca para atestar a qualidade da droga comercializada em vários estados e na Europa.

Cerca de 220 policiais federais participam da Operação, que conta com o apoio do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal. Foram realizadas 36 prisões preventivas, quatro prisões temporárias de 30 dias e 48 buscas e apreensões, nos municípios mato-grossenses de Cuiabá, Cáceres, Pontes e Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade, e nos estados de São Paulo, Tocantins e Minas Gerais.
Também foram apreendidos bens de alto valor, veículos, fazendas, apartamentos, casas, aeronaves, armas e dinheiro em espécie, frutos da atividade criminosa e utilizados nas atividades do tráfico de drogas.

O inquérito policial foi iniciado em 2013, por meio de informações de inteligência coletadas durante a Operação Sentinela do Ministério da Justiça, que identificou um grupo criminoso com características de organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas atuando no município de Pontes e Lacerda/MT e circunvizinhanças. Foi apurado que ele era responsável por frequentes carregamentos de cocaína oriunda da Bolívia para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Goiás, Pará, Maranhão e para Europa.

Durante a investigação foram apreendidas cerca de quatro toneladas de cocaína e dois milhões de dólares americanos, em quinze ações policiais que resultaram nas prisões em flagrante de 32 pessoas, materializando assim a atuação do grupo, muito embora se estima que fossem comercializadas até três toneladas da droga ao mês.

Para atestar a qualidade do produto, os criminosos rotulavam a droga com a imagem de um herói de histórias em quadrinhos, seguida de uma palavra que identificava o grupo criminoso. Essa “logomarca” é uma referência ao líder da organização, existindo outras apreensões de drogas no país e no exterior com esta marca, mas não relacionadas à operação Hybris.

Também foi apurado que a organização criminosa é fortemente estruturada e hierarquizada, com liderança firme e divisão de tarefas, incluindo a participação de casas de câmbio para a compra de dólares utilizados na negociação e a adoção de práticas violentas para aterrorizar inimigos e moradores da região de fronteira. Além disso, o grupo possui ligações políticas que culminaram na utilização de empresas fantasmas e contratos com órgão público municipal para lavar o dinheiro obtido com o tráfico.

Será concedida entrevista coletiva hoje, 8/7, às 15h, na sede da Superintendência de Polícia Federal no Mato Grosso.

*O nome da operação remete a um conceito grego que pode ser traduzido como "tudo que passa da medida, “descomedimento" e que atualmente alude a uma confiança excessiva, um orgulho exagerado, presunção, arrogância ou insolência, que com frequência termina sendo punida.
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