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14/06/20 às 12:34

Tornados e destruição no oeste catarinense

Faltam seis dias para o início do inverno astronômico, mas no calendário meteorológico já estamos em transição para o inverno desde o dia 6 de maio. Talvez você possa estar se perguntando se tempestades severas são comuns nesta época do ano na Região Sul.


Supercélulas são cumulonimbus com a corrente ascendente em rotação e inclinada - Foto: Bruno César Capucin

A resposta para a sua possível dúvida é sim. No início de junho o cisalhamento vertical do vento já é maior sobre Santa Catarina. Contudo, determinadas configurações atmosféricas puxam a umidade do norte e forçam sua interação com o cisalhamento presente nas latitudes sulistas. Neste contexto se formam as principais tempestades severas da América do Sul durante o outono e a primavera.

e acordo com a climatologia, a velocidade média do vento em altos níveis no dia 10 de junho no oeste de Santa Catarina é de ~110 km/h. No entanto, na quarta-feira (10), o vento estava em média ~170 km/h em 10.000 m de altura.

O aumento da velocidade do vento com a altura no dia 10 foi reflexo de uma grande crista no jato subtropical entre o Oceano Pacífico e América do Sul. Este padrão de nível superior juntamente com a convergência de ventos na saída do jato de baixos níveis no oeste catarinense, resultou num ambiente atmosférico favorável para tempo severo.


Danos com assinaturas típicas de tornados foram reportados no fim da tarde de hoje entre as cidades de Belmonte, Descanso e Iporã do Oeste, localizadas no oeste Catarinense.

O evento e os impactos

O tempo já vinha tempestuoso no Paraná, Santa Catarina e parte do norte Gaúcho ao longo da quarta-feira. Mas no final da tarde supercélulas se formaram no oeste Catarinense e provocaram fortes danos, deixando famílias desalojadas principalmente na região de Belmonte, Descanso e Iporã do Oeste.

Em Belmonte, 4 pessoas ficaram feridas e 140 casas foram destelhadas. Segundo a Defesa Civil, a tempestade iniciou por volta das 17h15 e esteve acompanhada de ventos próximos de 130 km/h. Pelo menos 20% da cidade foi afetada com destelhamentos, árvores arrancadas ou decepadas pelo tronco, queda de postes de energia e casas retiradas de suas fundações.

Na cidade de Descanso houveram mais estragos. Um caminhão chegou a tombar com a força do vento. A queda de postes deixou parte da cidade sem energia elétrica. Também foi registrado destelhamentos e um posto de gasolina teve parte de seu telhado destruído. Em uma estrada de Descanso, várias árvores foram decepadas.






Impactos no oeste Catarinense após tempestades tornádicas no fim da tarde da quarta-feira (10) - Fotos: Bruno César Capucin
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