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08/04/20 às 11:36 | Atualizada: 08/04/20 às 11:45

Nota técnica da UFMT alerta para desigualdade na distribuição do sistema de saúde no estado; Araguaia têm apenas 1 leito de UTI para cada 10 mil habitantes

Uma nota técnica publicada pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) traz alertas e aponta medidas de controle necessárias para a contenção do novo coronavírus no estado. A publicação ainda ressalta a preocupante má distribuição dos equipamentos de manutenção da vida (respirador/ventilador, reanimador pulmonar, entre outros) nas regiões de Mato Grosso. 
 
A medida seguida nas unidades de saúde por todo o Brasil, de testar apenas pacientes em estado mais avançado dos sintomas de Covid-19, pode contribuir para a subnotificação dos casos e dificultar a adoção de medidas mais urgentes e necessárias, além de contribuir para a ampliação da possibilidade de contágio. 
 
“A detecção precoce de casos, por meio da realização de teste em suspeitos, é um fator fundamental para conter a disseminação do novo coronavírus. Fazer os exames apenas para os pacientes mais graves pode gerar estatísticas que não correspondem à realidade e também faz com que as pessoas com sintomas mais leves continuem transmitindo o vírus”, destaca da nota técnica. 
 
Como medidas que precisam ser adotadas, a publicação ainda ressalta a importância do distanciamento social e faz críticas à decisão do governador Mauro Mendes (DEM), que liberou via decreto, no dia 26 de março, a abertura de grande parte dos estabelecimentos comerciais no estado. De acordo com a nota, a determinação coloca em risco a saúde da população mato-grossense. É importante ressaltar, entretanto, que, na prática, em relação ao comércio, cada o município segue as determinações de sua Prefeitura e não do Governo Estadual.
 
Outro ponto levantado pelo Instituto de Saúde Coletiva é a desigualdade regional na distribuição dos leitos, na proporção no Sistema Único de Saúde (SUS) e na quantidade de equipamentos de manutenção da vida pelo estado. Em Mato Grosso, duas regiões de saúde não dispõem de leitos de UTI (Médio Araguaia e Norte Araguaia Karajá) e quatro têm menos de 1 leito por 10 mil habitantes (Araguaia Xingu, Centro Norte, Sudeste mato-grossense e Vale do Peixoto). Cenário preocupante até para a região mais assistida no estado, a Baixada Cuiabana. 
 
A sobrecarga do sistema é o que há de mais preocupante para Mato Grosso, segundo a nota técnica. Os pesquisadores estimatimam o aumento das internações por problemas do aparelho respiratório nas próximas semanas no estado, tendo em vista que em 2019, 1/3 das internações por essa razão ocorreram nos meses de abril, maio e junho.
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