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17/03/20 às 19:56

Jovem é preso suspeito de ajudar namorada a matar amiga com 35 facadas, em Rio Verde

Um jovem de 19 anos foi preso na segunda-feira (16) suspeito de participação na morte da estudante Emanuelle Souza Batista, de 14 anos, assassinada com 35 facadas por uma amiga, de 15, em Rio Verde, na região sudoeste de Goiás. De acordo com o delegado Danilo Fabiano, responsável pela investigação, o rapaz é namorado da suspeita, que está apreendida.
 
“Nós temos informações e provas de que ele e a autora foram até a mata um dia antes. No dia seguinte, o maior vai antes para a mata e aguarda a autora, que atrai a vítima, ocasião em que ocorre o assassinato”, afirma.
 
O G1 não conseguiu localizar a defesa do jovem e da adolescente suspeita do ato. O delegado informou que ele não constituiu um advogado até a última atualização desta reportagem.
 
Ainda segundo Danilo Fabiano, a investigação aponta que o jovem segurou a vítima para que a namorada dele a esfaqueasse. “Há um indicativo muito forte, apesar de ele não confessar isso. Ele confessa que estava na mata no momento do crime e que, depois que ele assistiu a namorada matando a menor, ele também a ajudou a enterrar o celular e a faca, então está bem evidente a participação dele”, conta.
 
Goiás, câmeras de segurança registraram as adolescentes em direção ao parque, em Rio Verde — Foto: Polícia Civil de Goiás/Divulgação
Goiás, câmeras de segurança registraram as adolescentes em direção ao parque, em Rio Verde — Foto: Polícia Civil de Goiás/Divulgação
 
O jovem foi encaminhado à Casa de Prisão Provisória (CPP) e deverá responder por homicídio qualificado e corrupção de menores.
 
A adolescente foi apreendida no dia 10 deste mês e, segundo o delegado, confessou o ato infracional. A Justiça decretou internação provisória de 45 dias para a adolescente. Ela também admitiu, em novo depoimento, que o namorado estava com ela no momento do assassinato.
 
A Polícia Civil afirma que a motivação do crime, segundo relatos da própria adolescente, está ligada a desavenças nas redes sociais.
 
A família de Emanuelle registrou o desaparecimento dela em 14 de janeiro deste ano. O corpo foi encontrado queimado dois dias depois, no Bairro Veneza. A vítima e a suspeita frequentavam a mesma escola.
 
Goiás, adolescente de 15 anos indica à polícia local onde estavam enterrados a faca e o celular da vítima, em Rio Verde — Foto: Polícia Civil de Goiás/Divulgação
Goiás, adolescente de 15 anos indica à polícia local onde estavam enterrados a faca e o celular da vítima, em Rio Verde — Foto: Polícia Civil de Goiás/Divulgação
 
Mãe desconfiava de participação
 
Sobre a morte de Emanuelle, a recepcionista Rênia de Souza, de 38 anos, já havia mencionado que a suspeita do homicídio não tinha agido sozinha.
 
"Claro que tem mais gente. Minha filha tinha 1,7 metro e 60 kg. A outra menina era pequena, magrinha. Não dava conta sozinha. Ela é muito alta e forte para ser morta assim por essa menina", afirmou.
 
Para a mãe de Emanuelle, a suspeita agiu motivada por ciúmes.
 
"Apesar de a minha filha contar poucas coisas para gente, eu sabia que ela conversava com o namorado da menina e que ela tinha ciúmes", disse.
 
Crime
 
Danilo Fabiano disse que identificou a suspeita com auxílio de câmeras de segurança instaladas nas imediações do local. As imagens mostram as duas adolescentes em direção a um matagal, onde o corpo foi encontrado.
 
A adolescente contou à polícia ter atraído a colega para a emboscada com a promessa de dividirem e venderem uma falsa quantidade de droga enterrada no matagal.
 
Após atrair a colega ao matagal, a suspeita golpeou a vítima com 35 facadas, segundo o delegado Danilo Fabiano. O laudo pericial no corpo apontou ferimentos nas costas, pescoço, tórax e outros membros.
 
O delegado conta que a adolescente retornou à cena do crime no dia seguinte para queimar o corpo com objetivo de apagar vestígios, como digitais no corpo da vítima.
 
A faca usada no homicídio foi enterrada no quintal da residência da própria suspeita. Já o celular de Emanuelle estava enterrado em um lote baldio próximo à casa da menina apreendida.
 
As indicações dos locais onde o corpo foi queimado e dos objetos enterrados foram feitas pela suspeita no momento da apreensão, conforme explicou Danilo Fabiano.
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