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29/01/20 às 11:02

Venâncio Aires (RS) - Antes de condenação, vítima beija réu que lhe acertou 5 tiros

O julgamento no Tribunal do Júri de um homem que tentou matar a namorada com cinco tiros em agosto de 2019 foi marcado, nesta terça-feira (28/01/2020), em Venâncio Aires, interior do Rio Grande do Sul, por um inesperado pedido da vítima: ela solicitou, e conseguiu, autorização dos jurados para beijar o réu. Micheli Schlosser, de 25 anos, aproveitou e afirmou que perdoava Lisandro Rafael Posselt, de 28, pela agressão.

Depois do gesto da ex-namorada, Posselt foi condenado a sete anos de prisão. A defesa do acusado comemorou a ação “inesperada” de Micheli. “Se a vítima tem essa atitude, ela que é a principal interessada, isso certamente facilitou a nossa argumentação”, avaliou um dos advogados de defesa, Jean Severo, ao portal GaúchaZH.
 
 
O homem estava preso desde o dia seguinte ao crime, mas agora, pelo fato de a pena pela tentativa de feminicídio ter sido inferior a oito anos e por não possuir antecedentes criminais, será posto em liberdade.
 
Severo considerou a pena “adequada” e afirmou que não recorrerá da decisão. Após a sentença, a vítima e o réu posaram abraçados em uma foto com os advogados que atuaram na defesa dele.

O ataque

Durante o processo, informou o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto, Micheli afirmou que a discussão entre os dois – e a tentativa de feminicídio – ocorreu após ela ameaçar montar contra o namorado uma falsa acusação de estupro.

A polícia apurou que Micheli e Posselt discutiram em uma praça no centro de Venâncio Aires, em 14 de agosto do ano passado. Amigos do casal presenciaram a briga. O homem deixou a praça, mas retornou armado, em uma moto.

Ao perceberem a aproximação do homem, os amigos empurraram Micheli para dentro de um carro. No entanto, Posselt disparou sete vezes pelo vidro traseiro, acertando cinco disparos na vítima. Ela foi socorrida e ficou internada em um hospital, mas se recuperou.


“'Só eu e ele sabemos dos nossos sentimentos. Vamos tentar nos acertar, ter nossa casa e casar”; diz Micheli.


Conforme a vítima, a relação era boa e o acusado nunca havia demostrado atos de agressividade.
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