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16/11/19 às 07:49 | Atualizada: 16/11/19 às 07:58

Goianos lideram lista de brasileiros que retornam ao Brasil após descobrir falsa promessa de trabalho na Inglaterra, diz ONG

A história do motorista goiano Marcos Antônio Pedroso é semelhante à de centenas de imigrantes que se mudam para a Inglaterra com a falsa promessa de trabalho, vida e dinheiro fáceis. Segundo a Organização Não Governamental (ONG) Casa do Brasil, que oferece assistência a brasileiros no Reino Unido, nos últimos seis meses, ao menos 280 pessoas que foram enganadas voltaram ao Brasil. Do total, mais de 70 eram goianos.
 
“As pessoas precisam saber que por mais tentadora que seja a proposta, não existe milagre”, alerta o motorista, que acrescenta ter aprendido da maneira mais difícil.
 
Com a expectativa de dar um futuro melhor para a família, Marcos Pedroso tirou o passaporte, juntou documentos e foi para Londres. Quinze dias depois, descobriu que foi enganado quando procurou o suposto empregador britânico, que o alertou para a irregularidade dos documentos que tinha recebido.
 
“Não tinha cama para dormir nem utensílio doméstico. A gente praticamente comia pão e tomava leite. Era o que a gente conseguia”, relata o motorista, que ficou abrigado em uma casa com mais brasileiros.
 
A promessa de emprego legalizado, salário e dinheiro para enviar à família, que ficou no Brasil, vieram de um conhecido brasileiro, residente na Inglaterra, e que ainda cobrou R$ 18 mil do motorista. No fim da história, Marcos estava em um país que não sabia falar a língua, sem dinheiro e desesperado. Felizmente, ele conseguiu voltar para Goiânia.
 
A ONG Casa Brasil facilita o retorno voluntário. De acordo com a diretora da organização, a advogada Vitória Nabas, que reside em Londres há 17 anos, mais de 1,2 mil brasileiros retornaram ao país nos últimos cinco anos, após descobrirem as reais dificuldades do dia a dia de um imigrante ilegal.
 
“São pessoas que não tem dinheiro para comer, viver e querem voltar”, ressalta Nabas.
 
Em visita a Goiás nesta semana, a advogada procurou o governo estadual para tentar parceria que crie informes aos interessados sobre o procedimento correto para imigrar.
 
“Vendem essa ideia de que a pessoa vai chegar ilegal, vai ter trabalho e conseguir documentos fáceis depois de um tempo. Porém, não é assim”, alerta a advogada.
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