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20/07/19 às 09:27

Porto Murtinho (MS) - 'Acordou sentindo as patas dela nas costas' relata médico que atendeu homem atacado por onça-pintada

O médico responsável por atender o homem de 58 anos salvo por 5 cachorros ao ser atacado por uma onça-pintada, Diego Ruiz, disse que a vítima teve quatro perfurações na região das costas e só conseguiu chegar 8 horas depois ao hospital de Porto Murtinho, a 440 km de Campo Grande.
 
"Ele falou que quando olhou para trás deu de cara com a onça, e depois só lembra que acordou e já estava de barriga para baixo sentindo as patas do animal em cima das costas", relembra.
 
De acordo com Ruiz, a vítima estava em uma fazenda distante da cidade e por conta dos ferimentos perdeu muito sangue. Ele ficou internado na área vermelha e foi liberado no mesmo dia do ataque, no último domingo (14).
 
" Ele relatou ter ficado tonto após o ataque e com a perda do sangue, teve dificuldade para subir no cavalo. Foram quatro perfurações e cada uma precisou de 3 pontos", explicou ao G1. O homem fez exames e precisará tomar antibióticos. "Como a garra da onça-pintada tem contato com muitas presas, a chance de infecção é grande", diz o médico.
 
A vítima relatou ao médico que estava a cavalo acompanhado dos cães quando passou próximo a uma mata e sentiu um mau cheiro, momento que desceu e notou um porco morto.
 
De acordo com Ruiz, o homem disse que os cães começaram a latir e distrair o animal, que acabou fugindo. Ele nunca havia sido atacado por animais na fazenda.
 
Onça atacou porque defende seu alimento, diz PMA
 
Segundo o coronel Queiroz da Polícia Militar Ambiental (PMA), em duas outras ocasiões, funcionários de uma fazenda foram verificar mau cheiro e foram atacados por onças também, porque especialmente a onça-pintada costuma defender seu alimento:
 
"Ela mata a presa, depois fica se alimentando e vigiando essa carne. Essa é uma das formas em que ela pode atacar o ser humano, porque a onça-pintada não encara um ser humano adulto como uma presa, ela tende a se afastar, mas para defender seu alimento ou seus filhotes ela pode atacar", explica.
 
O presidente da Organização Não-Governamental (ONG) Panthera, Leonardo Avelino, explica que a onça pode ter interpretado a presença dos 5 cães como uma "concorrência" alimentar para a caça que protegia: "As onças costumam ficar agressivas com a proximidade de cães, a razão do ataque pode ter sido justamente a presença deles", afirma.
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