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16/07/19 às 11:57

Professor da UFMT descobre nova espécie de macaco

O Brasil é o país com o maior número de primatas conhecidos. Segundo o site oficial da Sociedade Brasileira de Primatologia, são mais de 140 espécies distribuídas pelo território nacional. E, recentemente, esse número aumentou graças um grupo de pesquisadores composto por dois docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que descobriram uma nova espécie de macaco.

A espécie foi encontrada em maio de 2014, durante uma expedição à Alta Floresta para coleta de mamíferos, coordenada pelo professor Rogério Rossi, do Instituto de Biociências (IB), por meio do projeto “Marsupiais e pequenos roedores da Amazônia meridional: Uma reavaliação da diversidade taxonômica e genética do grupo em uma área integrante do arco de desmatamento no Brasil”, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).

“Minha pesquisa é relacionada com áreas da Biologia que se propõem a descrever novas espécies e estudar as relações de parentesco entre as espécies. É uma área que utiliza as coleções zoológicas – coleção de exemplares de animais para estudo cientifico – então, com uma certa frequência vamos à campo para realizar coletas científicas”, explica o docente.

“Normalmente coletamos pequenos animais: roedores, marsupiais [gambás] e morcegos. Naquela expedição fiz parceria com alguns pesquisadores que têm interesse em primatas e coletamos alguns exemplares. Com base neles, percebemos que podíamos ter uma espécie nova de macaco”, afirma.

Em seguida foram feitos estudos analisando a morfologia, características físicas do animal, e estudos genéticos. “A partir disso descobrimos que realmente se tratava de uma nova espécie, pois os resultados nos mostraram que os macacos coletados em Alta Floresta não pertenciam à nenhuma já descrita cientificamente”, completa.

Batizada de Plecturocebus grovesi, em homenagem ao professor britânico Colin Groves, considerado uma das maiores autoridades mundiais em taxonomia de primatas, falecido em 2017, a espécie faz parte de um grupo de macacos conhecidos popularmente como sauás ou zogue-zogues. Ela pode ser encontrada na região do Pantanal, ao Norte de Mato Grosso e em toda a região Amazônica. Com um tamanho próximo ao de um macaco-prego, porém mais peludo e com cores mais vistosas, costuma se alimentar de frutos e insetos e são conhecidos por serem barulhentos.

A equipe de pesquisadores que fizeram parte dessa descoberta envolveu, além do professor Rogério Rossi, o professor Gustavo Canale, do Câmpus de Sinop, e pesquisadores das Universidades Federais do Amazonas (UFAM), do Pará (UFPA), de Viçosa (UFV) e de Goiás (UFG); do Museu Paraense “Emílio Goeldi”; da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat); do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, além da Universidade de Salford, Institute for Society and Genetics, Global Wildlife Conservation, vinculado à University of California (UCLA) e e Stony Brook University.
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