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19/06/19 às 15:13

Soja: produtor gaúcho registra produtividade de quase 124 sacas por hectare

O Rio Grande do Sul foi o estado que mais cresceu na produção de soja na última safra, 2018/2019, mesmo tendo enfrentado problemas com o clima adverso. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os gaúchos colheram 12% a mais, ultrapassando o Paraná, se tornando o segundo maior produtor nacional do grão. Se o estado teve tão bom desempenho assim, teve produtor que conquistou um resultado ainda melhor.
 
O município de Cruz Alta é o quarto maior produtor de soja do estado, segundo dados do IBGE, mas o agricultor Maurício de Bortoli elevou o status da região. Isso porque ele conseguiu a façanha de colher 123,88 sacas de soja por hectare na média, bem acima das 59 sacas de média do município , ou as 53,4 sacas do país.

Com este resultado Bortoli se sagrou campeão da 11ª edição do Desafio de Máxima Produtividade de Soja, organizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb). Esta também foi a primeira vez que o vencedor é de áreas irrigadas.

Para conseguir alta produtividade, Bortoli revela que investiu no manejo agronômico, com a escolha de uma cultivar com características genéticas e fisiológicas compatíveis com o solo e com o clima do local onde fez o plantio. ?Como sou produtor de sementes, tive um cuidado e atenção no controle de pragas e doenças que pudessem impactar em redução da produtividade e da qualidade do produto final?, afirma o campeão.
 
O produtor gaúcho relata que enfrentou dificuldades com o clima, com chuvas fortes entre outubro e novembro de 2018, o que causou prejuízos ao solo e atraso na semeadura. Logo após veio a falta de chuvas em dezembro e em fevereiro, com a estiagem chegando até a 23 dias.


Foto: Mauricio De Bortoli (Facebook) – à esq.

Todos os campeões

O atual campeão é o 4º maior da história do concurso e o segundo gaúcho seguido a conquistar o título. Até a safra 2016/2017 nenhum produtor do Rio Grande do Sul havia se sagrado vencedor nacional. Os maiores vencedores ainda são os paranaenses, com cinco conquistas. São Paulo (1) e Bahia (2) são os outros estados com ganhadores.


Campeões regionais

O segundo lugar e o título de maior produtor em uma área não irrigada foram também para o Rio Grande do Sul. A propriedade da Família Tolotti, da cidade de Erval Seco, conseguiu colher 123,50 sc/ha, se consagrando ainda como a campeã da categoria sequeiro na região Sul.
 
Rafael Tolotti, da família vice-campeã, explica que seguiu todos os fatores que levam ao sucesso da produção, como uma cobertura do solo, semente de qualidade, semeadura na hora certa, boa plantabilidade, manejo de doenças e pragas. “Quando apenas um dos fatores não sai como o planejado, há perdas significativas”, alerta.

Já o campeão da categoria sequeira na Região Sudeste foi Matheus Grossi Terceiro, da cidade de Patrocínio (MG). Ele colheu 110,45 sc/ha. Para chegar a esse patamar de produtividade, o produtor também teve de enfrentar desafios como a instabilidade do clima, que foi o grande vilão da safra 2018/2019 da soja.

“No começo do ciclo houve períodos com grandes volumes de água e vários dias nublados, com baixa luminosidade, prejudicando o crescimento vegetativo da planta. No período da colheita ocorreram chuvas, que prejudicaram a qualidade (peso e sanidade) dos grãos”, afirma.

Na região Centro-Oeste, categoria sequeiro, o grupo Fazenda Reunidas, de Rio Verde (GO), se consagrou campeão, com a produção de 108,74 sc/ha. Alexandre Baungart, CEO do grupo, revela que o preparo do solo fez a diferença para conquistar esse alto índice de produtividade.
 
“Para reestruturar o solo e realizar o aporte de matéria orgânica foi plantado [capim] panicum nas últimas três safras e milho safrinha em 2018. Esse capim possibilitou a entrada de boi na sequência, aumentando a performance do uso da terra”, conta.

O Estado da Bahia trouxe o campeão da categoria sequeiro na região Norte-Nordeste. Com 96,86 sc/ha, João Gorgen se destacou naquela parte do País. O produtor costuma fazer as alternâncias de safras utilizando o milho Santa Fé a cada quatro safras e o milheto no período pós soja. “Temos o algodão no sistema também, que favorece o aumento de fertilidade dos nossos solos”, diz.

O presidente do Cesb Sologuren, Leonardo destaca o fato de a soja estar sendo plantada em todas as regiões do País, demonstrando a adaptabilidade do grão aos solos brasileiros. Isso ficou evidente nas inscrições do Desafio 2018/2019, em que o Comitê atingiu 11,5% das áreas plantadas de soja do Brasil – o que representa 4,14 milhões de hectares. O Brasil conta com cerca de 36 milhões de hectares cultivados com a oleaginosa.

“Assim auxiliamos para que a produtividade de soja cresça no País, sempre oferecendo aos sojicultores informações de como fazer com que suas áreas sejam mais produtivas e mais rentáveis”, afirma.
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