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10/06/19 às 17:15

Superalimentos que vêm da natureza e fazem bem à saúde

Apesar de todos os avanços tecnológicos e sociais em todo o mundo nas últimas décadas, alguns dos desafios mais antigos da humanidade resistem – a fome, a desnutrição e a obesidade. Todos relacionados a uma rotina alimentar desregrada. O combate à fome foi bandeira de muitos governos, especialmente a partir da década de 90. Mais recentemente, campanhas pela diminuição de alimentos industrializados e ultraprocessados na dieta das pessoas, especialmente das crianças, têm ganhado destaque.

Já a obesidade é um problema que afeta pessoas de todas as idades, e costuma acarretar outros problemas de saúde. A prevalência entre os adultos aumentou 60% no Brasil, de 2006 a 2016, e começa cada vez mais cedo. Entre crianças de 5 a 9 anos no país, 33% já estão acima do peso e 15% são considerados obesos. Nesse ritmo, a estimativa é que a obesidade atinja 11,3 milhões de crianças brasileiras até 2025.

O mais inquietante neste caso é o fato de que uma criança obesa tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso. A obesidade é um problema associado a nada menos que 26 doenças crônicas, como pressão alta e diabetes tipo 2 – problemas que deixaram de ser exclusividade de adultos em todo o mundo. Além de campanhas informativas, existem outras maneiras de difundir a alimentação saudável na sociedade.

A utilização de recursos naturais pode contribuir decisivamente na luta por uma alimentação mais saudável. Altamente nutritivos e encontrados nos mais diversos biomas da natureza, os chamados superalimentos podem ser cultivados em grande escala com o apoio de governos e de entidades privadas, ajudando a erradicar a fome e o acesso à água potável em regiões mais vulneráveis e melhorando o consumo nutricional de adultos e crianças do mundo todo. Conheça alguns desses alimentos de fácil cultivo que podem salvar milhões de vidas.


Moringa

A moringa, espécie nativa do sul da Ásia, é uma árvore que cresce rápido e é resistente à seca. Quase todas as partes da planta são aproveitáveis, e são, por vezes, usadas na medicina ayurvédica. As folhas da moringa podem ser colhidas por até sete vezes em um ano e são ricas fontes de vitaminas A e C, e também de minerais como o potássio e o cálcio. Além disso, a moringa tem alto valor nutricional, sendo rica em proteína, cálcio e ferro.

É possível cortar as longas vagens da moringa em pedaços menores para cozinhar em sopas altamente nutritivas. As vagens também contêm sementes ricas em ácido oleico, que melhoram a taxa do chamado “colesterol bom" no corpo humano. Também costuma-se secar, moer e transformar as folhas da moringa em pó, para que sejam usadas em vitaminas, sopas, molhos e chás. As raízes da chamada “árvore milagrosa” também auxiliam na purificação da água, atraindo e retendo poluentes. Estudos apontam que a raiz de moringa é capaz de limpar até 99% das impurezas de determinadas quantidades de água.


Nopal

O Nopal é um cacto comestível muito comum na cozinha do México. Os chefs mexicanos utilizam os brotos, os frutos e o caule como ingredientes de várias receitas típicas. O vegetal pode ser consumido cozido ou cru, e serve como ingrediente para a produção caseira de sucos e geleias. Resistente a longos períodos de estiagem, o cacto pode ser facilmente cultivado em áreas de pouco acesso à água potável.

Estudos apontam que o Nopal é um importante agente na redução dos níveis de açúcar no sangue em pessoas com diabetes tipo 2. Mais uma boa notícia sobre a planta é que o cacto ajuda a combater os sintomas desagradáveis da ressaca alcoólica. Vale ressaltar que o consumo excessivo do Nopal pode trazer efeitos colaterais, como inchaço abdominal, náuseas e mal-estar.


Fonio

Trata-se de um antigo grão africano, conhecido por seu sabor delicado, que lembra o de nozes. O povo do Mali diz que o Fonio nunca cria problemas para o cozinheiro, já que é muito fácil de preparar. Existem indícios de que o grão vem sendo cultivado há mais de cinco mil anos, desde o Egito antigo. Existem variedades preta e branca do cereal, que é resistente à seca e está pronto para ser colhido em apenas 60 ou 70 dias na região do Sahel, na África Ocidental.

Os grãos de fonio são pequenos, quase microscópicos. Sua casca não é comestível e precisa ser removida. Rico em ferro, zinco e magnésio, o Fonio pode ser usado no lugar do cuscuz ou do arroz e é, até mesmo, usado para fazer cerveja. O grão tem tudo para cair no gosto popular, já que é livre de glúten. O fato de ser resistente à seca também o torna uma boa opção de alimentação em regiões vulneráveis do planeta.
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