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04/07/15 às 09:16

CENTRO OESTE: Governadores lançam “Brasil Central”

Uma atuação unificada dos Estados do Centro-Oeste e mais o Distrito Federal e a exigência da participação dos entes federados nas decisões que envolvam questões macroeconômicas centralizaram as discussões entre os governadores e representantes dos Estados reunidos pela segunda vez na capital de Goiás, o mais rico de todos.

A principal decisão foi a constituição do Fórum dos Governadores do Brasil Central, mas com uma regra única para todos, trabalhar em conjunto no intuito de promover o desenvolvimento regional.

A importância do encontro pode ser sentida com a presença de quatro governadores, um vice e do ministro Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, que sempre defendeu a unificação regional para que os entes federados tivessem força perante o governo federal.

No encontro, os governadores Pedro Taques (MT), Marconi Perillo (GO), Reinaldo Azambuja (MS), Marcelo Miranda (TO) e o vice-governador do Distrito Federal, Renato Santana, decidiram colocar em prática estudos e planejamento para a criação de Agência Interestadual do Brasil Central.

“Todos precisam compreender que juntos somos potencialmente fortes e decisivos para o equilíbrio da economia do Brasil”, disse o governador Pedro Taques, condenando a centralização de poder no governo federal o que exige dos Estados e seus municípios a formação de blocos representativos.

O chefe do Executivo Mato-grossense reafirmou para os governadores as críticas pontuais que tem feito em relação ao governo federal que adota medidas à custa dos outros entes. “Antes para aquecer a economia nacional e vender carros e eletrodomésticos da linha branca o governo federal reduzia o IPI [Imposto sobre a Produção Industrial], só que em cima da parte dos Estados e municípios e permanecia com sua alterada. Agora que a crise econômica se instalou ele quer fazer Ajuste Fiscal não repassando as obrigações dos Estados e Municípios”, frisou Pedro Taques, falando o Fundo de Exportação de 2014 no valor de R$ 400 milhões retidos pelo governo federal e a sinalização de que não irá também cumprir o repasse do FEX de 2015 que já soma outros R$ 450 milhões.

O chefe do Executivo questionou os outros governadores sobre a ação da União de realizar um ajuste fiscal sem levar em conta a opinião dos governadores. “Isso é um absurdo, não existe essa possibilidade em outras federações constitucionais”, afirmou.

O governador ressalta ainda que o governo federal não trabalha o planejamento junto aos governos estaduais e os municípios. Destaca que os Estados do Centro-Oeste e o Tocantins merecem uma nova visão porque são os principais responsáveis pelo superavit da balança comercial.

“Se for somar o Produto Interno Bruto (PIB) da agricultura desses Estados nós vamos ver que são os responsáveis pelo superavit da balança comercial no Brasil. O Brasil exportou em 2013, U$ 100 bilhões do agronegócio, São Paulo foi responsável por U$ 20 bi e Mato Grosso por R$ 16 bi”, argumentou.

Os governadores e suas equipes se comprometeram a realizar reuniões frequentes em uma das capitais. A próxima acontecerá em Cuiabá, no dia 07 de agosto. (Com Gcom-MT)
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