Experiência da Rede de Sementes do Xingu chega às escolas rurais da Austrália
Com mais de uma década de atuação, a Associação da Rede de Sementes do Xingu (ARXS) se consolidou como exemplo de negócio social com base florestal que pode servir de modelo para ações comunitárias em diversas partes do mundo. No início de 2019 foi a vez do programa Unearthing Science, promovido pela Universidade de Sydney na Austrália, compartilhar o conhecimento adquirido nos processos da rede para alunos do ensino médio de escolas rurais que recebem apoio para desenvolver estudos e experimentos científicos.
O FenoFasicus: Baralho de Árvores do Xingu é o resultado de processos de promoção do engajamento de jovens indígenas e agricultores na Rede.
Por meio do integrante do projeto, Danilo Ignacio de Urzedo, pesquisador sobre sementes e colaborador da ARSX, os alunos tiveram acesso aos materiais que foram utilizados como ferramentas para encorajá-los a pensar criticamente e curiosamente sobre o ambiente que os cercam. Dentro do programa, cada escola integrante do projeto recebe kits de investigação que são como “laboratórios portáteis” repletos de equipamentos científicos para ajudar a orientar e facilitar a experiência de investigação.
No âmbito do estudo sobre a biodiversidade, a experiência da Rede de Sementes do Xingu foi aplicada como uma forma de entender a importância das sementes nativas e da participação comunitária no processo de conservação e restauração ecológica. “A troca de experiências entre Amazônia e Austrália permite reconhecermos diferentes abordagens e contextos para discutir questões globais sobre como recuperar a biodiversidade com benefícios sociais”, explica Danilo em um vídeo sobre as atividades no Xingu.
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O conjunto de materiais utilizados no programa contempla o calendário da Rede de Sementes, que traz uma parte para anotar as observações da natureza, o jogo de cartas FenoFasicus e testes laboratoriais de controle de qualidade de sementes. “A ideia central é demonstrar como o conhecimento local é fundamental para solucionarmos variados problemas na nossa sociedade. E nesse processo, pesquisar e aprender sobre o ambiente que se vive pode ser divertido e prazeroso”, finaliza Danilo.
Metodologia de ensino
O calendário da Rede de Sementes, o jogo de cartas FenoFasicus e testes laboratoriais de controle de qualidade de sementes foram utilizados no programa voltado à escolas rurais da Austrália.
Os alunos que participam do programa são encarregados de executar um projeto de pesquisa, coletando dados de seu próprio ambiente local ou comunidade e apresentando seu trabalho em vários contextos. Para isso, os professores recebem materiais de apoio, incluindo manuais sobre como conceber. Mas também há flexibilidade para os professores adaptarem e seguirem o projeto conforme os seus planos de aula.
Com os resultados das pesquisas, os alunos têm a oportunidade de usar suas habilidades de mídia social e promover sua pesquisa em conselhos e grupos locais. O processo ainda conta com dicas personalizadas e avaliação científica de cientistas e pesquisadores da universidade. O programa está disponível exclusivamente para escolas de ensino médio nas regiões rurais do estado de New South Wales na Austrália e todas as atividades são gratuitas.
